Pai Bastardo
Abre a porta, entra, puxa uma cadeira, senta e dialoga:
__Vou no bar.
__Onde?
__No bar porra !
__Mas você nunca foi antes?!
__Que se foda, hoje eu vou.
Silencia-se, levanta, derruba a cadeira, sai e bate a porta .
__Meu Deus o que há com ele?
Abre a porta, entra, puxa uma cadeira, senta e dialoga:
__Me da álcool!
__Que tipo de álcool?
__Qualquer um porra !
__Mas você já bebeu antes?!
__Que se foda, hoje eu bebo.
Silencia-se..., levanta, dessa vez não sai, fica e derruba a cadeira, acerta um sujeito, ele não gosta, “__Quem não gosta?”, o sujeito é claro, levanta também e incita uma briga “__Óóó não, no meu bar não”
__Meu Deus o que há com eles?
Abre a porta, entra, puxa uma cadeira, senta e assiste ao furdunço:
__O que há de errado com esses dois?
__Não sei, eles não se deram.
__Me dá uma garrafa!
__Toma!
__Ei você ai!
A briga para, olhos se cerrem e dentes rangem, a vida passa como um comercial de TV, tudo muito rápido, porém completa, desde o seu nascimento até a seguinte hora...
Algo se abre, algo se espalha, algo é vermelho, “__Minha nossa, é sangue”.
__Você matou um homem!
__Não, não era minha intenção.
__Mas já o fez, e agora?
__Alguém o conhece?
__Sim, eu!
__Você? Mas o espancava antes deu chegar?!
__Um pai não pode bater num filho?
__Ah não!...Eu matei seu filho?
__Não, você matou meu pai.
__Mas como eu poderia saber?
__Calma amigo, nem eu mesmo sabia.
__Tá, mas isso não me conforta nem um pouco.
__Queres alivio?Olhe no bolso do presente féretro!
__O que?
__Não exite homem!
__Mas, o que é isto?Ahh, isso não?
__O que foi?
__Ele, ele é o meu pai e não o seu!!! Matei meu próprio pai.
__É irmão, matastes nosso único pai, bastardo talvez, mas pai, no entanto, agora morto também...