Minha mãe

Dizem que a única coisa certa da vida é a morte. Mas até 2001, a coisa mais certa da minha vida era chegar da rua e encontrar minha mãe me esperando, sentada à mesa da cozinha.

O vento, que vinha do quintal, brincava com os seus cabelos; e a poucos passos da porta, lá fora, colibris se bicavam pela posse da goiabeira encostadinha na área de serviço.

A casa tinha perfume de pomar e, com pouco de imaginação, dava pra ouvir o canto de uma sereia bonita que enriquecia o teto de todos os cômodos do meu castelo.

Era a felicidade de ter mãe, amor de mãe; e ver o doce que escorria dos seus olhos pra mim.

O tempo é mesmo um feiticeiro implacável. De um minuto pro outro, fez do meu alicerce, nuvem.

Agora é navegar...