SOU AQUELA MULHER

Sou a mulher que domou os saltos altos, se apertou em bicos finos, e fantasiou-se ao feminino. Mas também sou a mulher que soltou as amarras, lixou as garras e ousou o masculino.

Sou a mulher dos brincos grandes e strass chamativos.

Sou aquela do vestido poá retrô, ou jeans rasgados mal-intencionados. Sou a mulher dos saltos altos ou coturnos tratorados, eu sou. E sou aquela mulher da essência, ou da efervescência; basta haver uma atitude para rimar.

Sou a mulher que viu filmes demais; daqueles antigos em preto e branco, que apreciou os seus candelabros antigos, seus lustres atemporais e seus vestidos esvoaçantes à lá Hayworth.

Sou aquela que leu em demasia, que se solidarizou com a solidão romântica dos seus escritores em Paris. E amou a “cidade luz” quando eu própria ainda vivia na escuridão...

Sou aquela mulher que caminha com o coração transbordante de esperança e a cabeça mergulhada na magia.