Matando saudades

Dia de matar a vontade, as lombrigas, e a saudade. Logo de manhã, atravessei a Avenida Madre Leonia pra comprar milho do Salvador , um Senhor que traz tudo fresquinho do sítio. Enqto fazia o almoço, separava o velho ralo herdado de minha mãe. Não gosto de milho batido no liquidificador . Altera o sabor do bolo, do cural, de tudo. Sou enjoada, faço tudo como minha mãe, vovó Benvinda e tia Noemia. Impecáveis na cozinha. Aí, ralando as espigas , depois de limpas, lembrei do meu pai, temperando o cural, da minha mãe, ela não colocava leite, porque dizia que tirava o gosto do milho. Era só a água que lavava os sabugos, açúcar a gosto, uma pitada de sal , uma colher de manteiga, um pau de canela e uma hora de fogo. Sempre mexendo pra não grudar. Depois de terminado, lembrei de minha saudosa irmã, Rufina, meus irmãos , Wilson, Lote, Zito, primos que vinham de São Paulo, Nádia, Neide, Neusa, Pedrão, de Prudente, Betinha, Vonir, Emerson, Vadinho, todos queriam a rapa.Uns comiam quente, outros só frio. Enfim, foi uma tarde de boas lembranças e boas comilanças também.

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 25/01/2022
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