Gato Fred

Fred não morreu, está porai.

Não poderia eu nesta data, Dia do Gato, deixar de tecer breve crônica em dedicação ao Fred.

Certo dia de 2017.

Um miado no muro, outro dia um miado no quintal, depois já estava circulando pela cozinha e sala. E por fim, já estava até dormindo no sofá.

Com aquele olhar colorido, fixo, não havia como negar os silenciosos pedidos de morar e viver conosco e o Thor. Prato predileto é salsicha.

Adorava posar para as fotos captadas pelo celular.

Muito carinhoso, e fazia questão de dormir bem perto de nós. Até se dava muito bem com o Thor, apesar de traiçoeiras e velozes patadas em algum breve conflito de território pelos tapetes e sofás.

Nas minhas viagens, não poderia levá-lo, porém ao retornar, por várias vezes ele está no sofá, como se soubesse a hora do nosso retorno.

Porra Fred!! Vc matou um passarinho!! Era o incontrolável instinto.

Fred se engraçou com uma bonita gata branca de olhos verdes e andou por dias e noites fora, até pensei que não voltaria, mas voltou.

Dormia aqui em casa durante o dia, e a noite, se a porta estivesse fechada, miava até abrirmos. Então partia para suas misteriosas madrigais.

--Castra ele. Diziam alguns amigos. Pois castrado teria chances de viver até mais de 10 anos, contrário a arriscada vida breve de Gato de rua, de acordo com estatísticas.

Pensei. Melhor vida breve e louca com Liberdade, do que castrado e gordo entediado num sofá.

Por fim, aos poucos foi se desligando da casa, de nós, e de mim.

Partiu de vez, quanto então a casa ficou mais vazia e triste.

Exatamente seis meses após uma fatalidade na família, certa noite, ele Fred colocou sua carinha no vidro do lado de fora da porta da sala e miou, claro , abri a porta e ele entrou. Estava mais magro, arisco e desconfiado. Vasculhou a cozinha e outros cantos da casa.

Não havia salsicha naquela noite...

Minutos depois, está na varanda, e colocou sua cabecinha entre os ferros do portão, olhou à direita, à esquerda, percebeu que não havia cão e mergulhou de volta para a rua.

Foi-se embora há quase um mês, e ainda não voltou... Tomara que volte.

Por certo o instinto. Optou por ser e viver o que é.

Gato!

E "Nós humanos" sentimos muitas saudades...