Mentes avessas ou visão difusa?

Não importa por que prisma é feita a avaliação de comportamentos, para que se chegue ao entendimento do que explica determinadas conclusivas, uma vez que há múltiplos caminhos que levam à uma conclusão final. A origem da distorção não é única, mas possui tentáculos diversos, entretanto há algo que define numa única palavra as tantas fontes de pseudoverdades. Esta palavra singular explica tudo que foi mal ou bem entendido, dependendo da premissa, se esta é livre para interpretação pessoal ou se de facto conflita com o lógico e óbvio.

Dentre as tantas razões não faltam argumentos para justificar o crível, e aí percebe-se que o exercício da fé encontra sempre portas abertas e trilhas escancaradas em todos os aspectos da vida humana. Está na moda apelar para que as pessoas “saiam da caixinha”, e convém sempre perguntar se estamos dentro desta tal caixinha, ou se somos libertos de quaisquer fronteiras que pleiteiam nos escravizar. Nunca foi “pecado” a atitude de perguntar, considerando que até escrituras apresentadas como sagradas declaram que a falta de conhecimento leva ao sofrimento.

Se a mente humana fosse mesmo uma caixinha, seria prático desvendá-la e não haveria mais mistérios, uma vez que esta compreende altura, largura e profundidade, mas a “poderosa” ciência encontra na massa cinzenta um obstáculo até hoje intransponível, e é aí que está o romantismo desta busca inquietante que nega muitas coisas e admite outras, sempre em nome de verdades que se valem de hipóteses, e por isso mesmo acabam por sofrerem mutações, à medida que o irremediável tempo passa.

Quem é o certo e quem é o errado? O que é verdade e o que é mentira?

Há sempre o requerimento que a verdade seja absoluta, sem distorções, mesmo porque se assim o for, não será absoluta, mas as conveniências impuseram condições de nunca negarem o que é apresentado, e assim em cada época diferente, percebemos que o absolutismo da verdade se assenta num trono que se adapta a estatura de quem nele se assenta. Decerto há pensamentos que são obtusos ao entendimento lógico, daí extrai-se um conceito de uma mentalidade avessa, ou na melhor das possibilidades uma visão difusa, relevando todas as ponderações diversas e contraditórias, mas simplesmente taxando algo dentro de uma compreensão individual, que sempre sofrerá a tentativa de normatização por parte dos princípios culturais, religiosos e políticos da sociedade.

O compêndio de ideias e valores que norteia o certo e o errado há que ser relevado, sobretudo no campo das temáticas que ousam regulamentar o que é normal ou anormal. Entretanto é preciso observar com extrema cautela o abismo que há entre liberdade e diversidade em contraste com anarquia instituída travestida de democracia.

A globalização cobra um preço deveras alto, mas se é isto que buscam e consideram que é o melhor para todos, e se ainda há um consenso de unanimidade que não contraria, antes acata, é só pagar pra ver, e depois não reclamar.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 05/03/2022
Reeditado em 24/03/2022
Código do texto: T7465944
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