Mamãe, Falhei!

Eric do Vale

Sexista, racista e fascista são termos que, atualmente, tornaram-se corriqueiros para definir aqueles que se valem da chamada "Liberdade de Expressão" com o propósito de ofender a honra dos seus semelhantes. Assim tem sido, desde sempre. E agora, mais do que nunca.

Qual indivíduo se sente bem escutando comentários segregacionistas? Não há como ficar em silêncio e de braços cruzados, no momento em que alguém manifesta esse tipo de pensamento.

Outro dia, tive o desprazer de escutar um comentário pra lá de racista no qual uma mulher negra e mãe de uma criança de pele branca sentiu-se ultrajada, quando alguém, de forma desdenhosa, lhe perguntou:"Ele é seu filho?". A pessoa que fez essa pergunta me disse que os negros gostam de se vitimizarem e acrescentou: "Eu não gosto de negro.". O mais espantoso é saber que esse ponto de vista foi apresentado por alguém que pertence a mesma classe profissional que a minha, advogado.

O advento da internet e, sobretudo, das redes sociais permitiram com que a liberdade de expressão fosse distorcida, ultrapassando,assim, os limites da coerência. Consequentemente, o Poder Judiciário tem sido acionada, diversas vezes, a fim de repelir atos considerados preconceitiosos.

Os áudios do deputado Artur do Val, vazado recentemente, em que apresentam comentários machistas em relação as mulheres ucranianas é um bom exemplo: além de gerar polêmica, dividiu, como de praxe, a opinião pública.

Enquanto uns manifestaram total descontentamento com os comentários feitos pelo parlamentar; outros torceram o nariz alegando que isso não passa de mero mínimi. E como se isso não bastasse, esse mesmo grupo, aproveitando-se da ocasião, montam palanques e esbravejam: "Isso é fake. Puro alarde do pessoal da esquerda!".

Quer dizer que o repúdio ao racismo e a manutenção da dignidade do ser humano, previstos na Constituição Federal, são tudo intriga da oposição?