A sociedade descartável

A sociedade descartável

Não tenho tanta idade assim! Nasci em 1975! Para o meu filho, sou do século passado. Mas só para ele e seus coleguinhas. Quando nasci, acho que ainda não existia a expressão: descartável. Talvez a expressão não existisse divido a pequena quantidade de objetos descartáveis. Fraldas, com certeza não existiam! Fraldas descartáveis. Pelos menos não aqui no Brasil! Nas minhas festinhas de aniversário não me lembro de copos descartáveis. Sempre se ouvia um tilintar de copo quebrando que escorregou da mão de uma criança. Hoje, em 2006, quase tudo é descartável! Fraldas com certeza! E são muitas, de várias marcas. Até as marcas são descartáveis, dependendo do preço! Copos são descartáveis. Pratos são descartáveis. Talheres são descartáveis. Não só objetos são descartáveis! Sentimentos também! Sentimentos descartáveis! Pessoas “ficam”! Ficam com pessoas descartáveis! Hoje um, amanhã outro...E com esta “consciência de reciclagem” alguns voltam a reciclar o “ficante”. Ficam com o mesmo outra vez. Mas nem tudo se recicla! Quem não quer o bebê aborta ou deixa nascer e joga no lixo. Quem não quer mais o cônjuge divorcia. Quem não quer mais o vovô ou põe no asilo ou aceita a eutanásia. Quem não quer ser mais pai ou mãe abandona o filho na rua....Essa é a sociedade em que vivemos. A sociedade descartável, feita por objetos descartáveis, por pessoas descartáveis e por sentimentos descartáveis. Nesta sociedade existem pessoas que não são descartáveis, objetos que não são descartáveis e sentimentos que não são descartáveis. Que bom!

Obs.: Esta coluna não faz parte desta sociedade descartável.

Carlos Barreto

Carlos Barreto
Enviado por Carlos Barreto em 23/11/2007
Reeditado em 30/08/2010
Código do texto: T749034
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