Obrigada, Professor Dallari.
Parabéns, professor Dallari. O sr. cumpriu sua missão de maneira impecável ética e corajosamente.
Não fui sua aluna na USP, mas acompanhei uma pequena parte da sua brilhante trajetória na luta contra a ditadura militar.
Nos anos sombrios o sr. foi uma luz de esperança na estrada de uma sociedade que reclamava justiça e direitos. Claro, uma parte da sociedade almejava um Estado de Direito.
Desde a minha juventude nutri uma gigantesca admiração e respeito pelos intelectuais, escritores, professores e, sobretudo, pelos combatentes pela democracia. Meus olhos sempre brilharam por essas pessoas. E o sr. foi uma delas.
Com o nefasto golpe militar de 64 e a implantação da ditadura, o sr. logo passou a se destacar na resistência pela democracia e, no início dos anos 70, tempos de medo, insegurança e tortura institucionalizada, o sr. ajudou a organizar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, ao lado do inesquecível D. Paulo Evaristo, na defesa dos direitos humanos.
Eu me lembro quando alguns delinquentes, naqueles tempos nefastos, a mando do governo, o sequestraram, levaram o sr. para um terreno baldio na capital paulista e o torturaram para que “tomasse jeito e se calasse”, mas o sr. na sua integridade ética e moral – coisa que os delinquentes desconhecem - jamais se intimidou.
E lindo é poder deixar essa vida com o dever cumprido, do bom agir, do bom falar e sentir, da alteridade, empatia e respeito ao próximo.
Eu me sinto gratificada por ter sido sua contemporânea e ter aprendido muito com a sua insistente luta contra o mal.
Obrigada, Professor.
Parabéns, Professor.
Siga em paz.