QUE SEJA MESMO A LENDÁRIA FENIX

"Escrevo poesias e outras modalidades de textos artísticos e para aqueles que questionarem a credibilidade deste texto abaixo afirmo que a paixão do brasileiro pelo futebol é tão séria quanto qualquer outro tema, e para o corintiano é questão de vida, história e amor como canta a torcida mais fiel do Brasil"

Como mensurar uma paixão? E de tão abstrato que este sentimento é, praticamente impossível entender do que realmente se trata. Uma vida, uma história, um amor. Uma torcida apaixonada por um time de futebol chamado Corinthians. E o Corinthians caiu.

No país do futebol, uma nação paralela com mais de 25 milhões de gentílicos amanheceu rebaixada para a série B. O corintiano passou o Domingo se embreagando com esperança e acordou de ressaca na segunda divisão.

As mágoas de um povo que sofreu com um time brioso mas sem brilho técnico algum vieram à tona depois de uma campanha desastrosa, culminante na queda: do time, da lágrima do torcedor, do jogador dentro do campo.

Mas a força de quem se conhece por fiel não pode ser desprezada jamais. Quem conhece futebol, por mais que seja rival e odeie o esquadrão alvinegro sabe lá no fundo que não existe devoção maior de uma torcida por um time, do que a paixão corintiana. É uma febre que faz a arquibancada ferver a muito mais do que 40 graus pois não existe termômetro capaz de medir amor. Uma doença que dá vida. Com certeza um bando de loucos pelo Corinthians.

A história que começou em 1910 vive agora o capítulo mais dramático dentre todos. É verdade que os outros dirão que existem times mais vitoriosos, mais reconhecidos no exterior, contudo ninguém ousa afirmar que as glórias de outros clubes se equivalem ao amor do corintiano. Realmente impossível mensurar.

O Sport Club Corinthians Paulista nunca teve a fama de ser representado por times tão brilhantes, sua grande virtude sempre foi a fiel torcida e é nela que o time deve se agarrar para não ir ao fundo deste oceano de problemas. E como parece ser fundo.

O Timão foi batizado assim pela obsessão de seus súditos e não tanto pela exuberância do seu futebol.

O Corinthians não foi de Pelé, não foi de Garrincha, de Ademir, de Zico e nem mesmo de Rogério Ceni, pois não existe jogador pretensioso ao ponto de ser aclamado – por mínimo espaço de tempo que seja – proprietário deste time.

O Timão é do Zé da Padaria, do Tião Mecânico, do Chico Pedreiro, pois como disse certa vez Toquinho: “ Ser corintiano é ser também um pouco mais brasileiro”.