Quem não teve uma tia Tetê?

Acabo de chegar do churrasco de confraternização dos jornalistas e recebo a notícia do falecimento da tia da minha esposa, Tia Tetê, que depois de muito sofrimento e dor nos deixou. Foi com Deus.

Depois de tomar as medidas necessárias fiquei lembrando dela e associando sua imagem a das tias de antigamente.

Hoje não se fazem mais tias como na minha época. Você que é jovem deve estar se perguntando como eram as aquelas tias.

Bem, normalmente eram cheias de filhos, no mínimo três, donas de casa dedicadas e que buscavam ser o centro de controle da família.

Outra imagem que vem a minha mente – talvez até provocada pelo falecimento da tia da minha esposa, é de mulheres baixas e gordinhas, com grandes e sorridentes bochechas e com mãos abençoadas para fazerem aqueles quitutes que somente nas suas casas comemos. Discordam de mim, então reflita e responda: não é verdade que há sempre uma grande tia cozinheira na família ?

Na minha tem ainda. É a tia Ana que está um pouco distante, mas que faz um empadão de presunto e queijo que é de dar água na boca só de pensar. Tia Tetê era assim! Em sua casa havia sempre um lugar para dormir, um prato para matar a fome, um ombro para nos acalentar. Seus filhos estão todos hoje crescidos e bem situados, socialmente e profissionalmente, graças a Deus.

Hoje, devido ao progresso e a modernidade, todo mundo é "tio" e "tia". Só eu devo ter mais de 20 "sobrinhos" muitos dos quais nem conheço os pais. Tornou-se popular ter diversos "tios".

Além disso, aquelas que poderiam ser as tias atuais, nem todas é verdade, deixaram a posição acima retratada e buscaram seu espaço fora da casa, acabando assim com a mágica existente daquela "tiazona".

Tomara que o leitor tenha em sua vida uma tia como a minha esposa teve a dona Tetê e que eu tenho as minhas.

Fernando de Barros
Enviado por Fernando de Barros em 07/12/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T768532