Amigo Oculto? NÃO!!!!!

Pode parecer mentira, mas é verdade! Eu tenho trauma de brincar de Amigo Oculto!

Enquanto a brincadeira foi feita por setores, tudo bem. A gente conhecia os colegas, sabia de seus gostos e o que o agradaria.

A sorteio passou a ser feita por todo o núcleo... Aí, nem te conto... A solução encontrada foi "fazer uma lista em que cada um colocava opções do que queria ganhar". Não era uma lista séria pois os "engraçadinhos" colocavam itens acima do valor estipulado. E muitas vezes a gente ficava sem saber o que comprar!

Eu sempre procurava colocar coisas simples e que pudessem ser encontradas sem dificuldade. Mas, sempre tirava um que complicava a coisa: sandália branca com tiras amarradas nas pernas, sabonete de lama de Poços de Calda, gargantilha de pedrinhas azuis da loja tal, na rua tal... E o pior é que eu sempre me esforçava para satisfazer o desejo e a pessoa recebia o presente como se não fosse o que queria.

No serviço, não dava nunca certo!

Tentei participar nos encontros de correspondentes. Aí, então, era mais complicado... Tínhamos que levar para o encontro um presente no valor tal, que servisse para homem ou mulher. O sorteio era feito na hora. Eu tentei camiseta com logomarca da cidade, acessórios para escrivaninha, porta retratos, CD's... em vão! Parece que eu sempre tirava a pessoa errada! Um ano, levei uma camiseta G, tirei uma moça baixinha e bem magrinha. A camisa engoliu ela! No ano seguinte, levei uma M e tirei um senhor enorme de gordo! No ano em que levei o acessório para escrivaninha, tirei uma senhora que não era correspondente, estava só de acompanhante da filha.

E na maioria das vezes, eu ganhei coisas que ficavam sem a menor utilidade.

O último encontro que participei, me deixou realmente traumatizada. E o ocorrido nem foi comigo...

Uma moça de Rondônia, veio para Minas Gerais de ônibus e trouxe um artesanato em cerâmica. Essa moça, minha amiga de longa data, uma criatura super simples, pouca instrução, uma pessoa sensível e muito carinhosa. Na hora da troca dos presentes, ela deu o azar de tira a mulher mais cheia de triques-triques do grupo. Entregou o embrulho, o papel estava amassado - ela veio de Rondônia num ônibus - e a talzinha comentou: "Nossa, que embrulho mal feito". Ela abriu e... a cerâmica estava quebrada! A mulher fez um escândalo... "O que é que eu vou fazer com esse lixo?" A moça chorava, morta de vergonha... "Ainda por cima, coisa de mau gosto... artesanato... quanto custou essa M....?" A mulher parecia uma desatinada...

A moça foi para o quarto, nós amigas dela fomos atrás.

E no dia seguinte, a tal mulher ainda foi jogar o presente em cima da moça! Revoltante!

Depois disso, eu fico fora da brincadeira...

Trauma! De verdade... fiquei traumatizada!