REVISITANDO PARALAMAS

" A arte de viver da fé" - canta, para mim, Herbert Vianna, na prévia do show do The Police, no Maracanã. Não, não ousei estar lá, porque, como diz um ex-amor meu, mais do que duas pessoas em um lugar, já está configurada uma multidão. Logo, imaginem 70 mil, juntas...

Assisto ao show do Paralamas do Sucesso pelo Multishow, me emociono. Canto com Herbert, compositor, músico, pai e, hoje, também deficiente físico. Mas, que encarou a morte de frente, duelou com ela, na ponta da espada, e, venceu. Aqui, a prova da garra, da força, da luta de quem acredita que é possível renascer, reviver, escalar cordilheiras e, de volta, encantar multidões.

Volto à frase mágica - " a arte de viver da fé". A fé do Herbert letrista, poeta, compositor, preocupado com as minorias, com os alagados.Herbert renascido, e, acima de tudo, politicamente correto.

Confesso que ele me leva de volta aos meus vinte e pouco anos, época de Fagner, Ednardo,Belchior, do pessoal do Ceará, do "povo-pensante-alternativo". Tempo quando vivi, de forma intensa, a juventude, a música, a poesia; tempo quando bebi, me embriaguei de vida.

Confesso que ainda estou assistindo ao show, agora do The Police. Podem me jogar pedras - mas, não me chamem de Geni - mas, digo que a explosão desta noite , no Maracanã, foi de Herbert , foi dos Paralamas, a luz da noite.

Claro que valeu à pena ver Sting cinquentão, simplesmente, um espetáculo. Mas, não se assustem: ele não é só um espetáculo físico, é um ser pensante, anjo guardião das causas ecológicas mundiais. De cinquentão de pijama, ele não tem nada. Logo, cinquentões óbvios, carolas, "empijamados", acordem: a vida, após meio século, está só começando, só..., apenas.....