Desabafo frustrado de Deus

Um pássaro tem como direito seu voar, a qualquer hora e em total liberdade, independente da vontade de um homem que é descabido de alma. Ele foi criação de um Ser Supremo e Sábio.

O mesmo Ser que criou o homem, ao qual o Diabo aprisionou e o despiu de sua alma e pureza.

Direito de voar - em total liberdade pois esta foi estabelecida por Ele - tendo como único objetivo o viver liberto e sem correntes; em vôo plano e artístico por um céu plenamente azul. Voar livre para sentir a brisa que carrega, que conta uma estória de união entre os homens de bem.

Tão escassos são os homens de claro saber, aqueles que sobem na vida sem reprimir a liberdade do próximo, sem prender em gaiolas aos pobres pássaros e sem magoar e desrespeitar as pessoas que vivem á sua volta.

Os homens dessa estória, que é contada através do cantar dos pássaros, são seres de muito saber e humanos em sua pureza. Ela fala de uma humanidade formada só por homens nutridos de almas puras e carregados de bondade e luz.

Luz essa, muito forte e sempre dirigida à iluminar o caminho que leva

a humanidade à paz; esse caminho que é acostado por uma multidão que ora unida, cantando um hino que louva o respeito do homem pelo homem, por Deus e pelos pássaros.

* * *

- "É essa multidão que cerca esse caminho, iluminados pelos homens de bem - como conta a canção que os pássaros cantam - a humanidade por Mim idealizada, e não essa m... que Eu um dia criei", disse Ele frustrado.

Um santo que ao seu lado tomava uma caneca de chá morno e saboroso, feito pelos anjos do céu, pensou mas nada disse. Sentiu muita pena Dele por Ele haver criado tudo aquilo, há tanto tempo, e ainda agora haver homens sem alma que tem como certo

o aprisionamento de um passarinho, contanto que isso à ele seja algo de fundo lucrativo ou que lhe dê algum prazer.

- "É", Ele voltou a dizer após um longo

e embaraçoso silêncio. "Mas que grande m... Eu criei, meu santo.

Que humanidade mais podre e sem coração"!!!

CARLOS CUNHA o Poeta sem limites
Enviado por CARLOS CUNHA o Poeta sem limites em 09/12/2007
Código do texto: T770754
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