Implico especialmente com os e as poetas

 

Aluu! Inuugujaq meus caros 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez passam aqui por meu lorotário literário a fim de ler crônicas sinceras. Ajuungila?

 

Volto ao tema das mentiras sinceras hoje, pois sou um mentiroso sincero ególatra a ponto de gostar de correr atrás do próprio rabo para falar daquilo que mais me interessa: eu e as minhas coisas. Logo, seguidamente volto aos mesmos temas um pouco por não ter mais sobre o que falar por falta de criatividade, outro pouco para me auto louvar, o sentido mor de minha vida e de minha escrita.

 

Em primeiro lugar, tuzes já sabem o que é ser mentiroso sincero, já falei sobre há duas crônicas, não me repetirei a esse ponto, pois um pingo de dignidade literária ainda possuo sob essas espessas camadas de vaidade e autoindulgência. "Eu me amo, não posso mais viver sem mim", entretanto sempre limpo a bunda antes de a expor na janela para os transeuntes, pintada de amarelo.

 

Mas tuzes e eu estamos ficando carecas, barrigudos, enrugados e flácidos a ponto de sabermos que não sou só eu que sou assim, somos uma confraria majoritária de ególatras vaidosos e mentirosos neste mundo, formada principalmente por escritores. A nos dividir é que uns são sinceros como este genial Bacamarte, enquanto outros são insinceros. Parece que estou só enchendo linguiça nessa crônica, o que é, confesso, em parte, verdade. Todavia, a outra parte é que isso precisa ser ressaltado, mesmo que cinicamente, quase proforma, como necessária autocrítica. Autocrítica literária é quase que uma impossibilidade epistemológica para escritores e escritoras, esses poços sem fundo de vaidade, principalmente os poetas, com suas metáforas. Sim, tenho implicância especial com os poetas, o que não me impede de gostar deles, os ler e comentar. Poetas são que nem aquela menina do colégio bem bonita com a qual tu vive implicando porque, no fundo, quer é dar uns amassos nela.

 

No colégio dei amassos em meninas que depois viraram poetas e em poetas, depois da adulto. Casei com a Louise, que é literariamente iletrada, não gosta de ler e ignora poemas, embora não seja bronca ou inculta. Bom assim, dois vaidosos não dão certo entre si, prefiro a Louise ignorando e pouco ligando para meus textos pra cotejar criticamente com os dela. Todas as poetas que namorei se achavam literariamente superiores a mim. Algumas realmente o eram, de fato, todavia a realidade é que TODAS se achavam melhores, sendo ou não. As metáforas, ah, as metáforas, parecem diamantes para aqueles e aquelas que as colecionam e usam, cartas de alforria para qualquer poema.

 

Os cronistas, em geral, são brutais e despojados, desafeitos às metáforas e, por isso, sua vaidade é menos pomposa, embora mais identificável e, assim, ridícula, daí a necessidade de mentirem sinceramente de forma contumaz em seus textos, como o faz genialmente esse genial Bacamarte que vos escreve. A sinceridade salva a mentira e o mentiroso.

 

Já retornei para o frio glacial de Charky City, abandonando o paradisíaco litoral do Sul do Brasil e suas águas bravias de mar chocolatão - quem conhece, sabe do que falo. Talvez seja o motivo de meu mau humor, saudade das argentinas e brasileiras e da gostosa pero traiçoeira cachaça azul de Santo Antônio da Patrulha. Desculpem-me por qualquer coisa, caros e caras poetas, amados.

 

Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!

 

 

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.



MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores: 
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862

GLOSSÁRIO KALAALLISUT:
Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.
Ajuungila - Como estão?
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.

Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 04/02/2023
Reeditado em 05/02/2023
Código do texto: T7711416
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