Falando um pouco sobre Educação

Há milhões de anos, reinava em nosso planeta os dinossauros, com uma grande variedade de espécies e, em alguns casos, tamanhos descomunais. A supremacia desses animais devía-se ao fato de não existirem concorrentes capazes de "reivindicar" o posto de soberania do planeta Terra.

Os dinossauros extinguiram-se há 65 milhões de anos, porque não se adaptaram às drásticas modificações que o ecossistema sofreu.

Educadores deste novo milênio estão cansados, desmotivados, desorientados e mesmo assim ocupam um espaço significativo no "Ecossistema Educacional".

Nosso mundo globalizado e "internético" quase não lhes proporciona tempo para pensar nas práticas cotidianas, nas suas verdadeiras funções e nos seus objetivos de vida. E, como cantou o poeta ... " o tempo não pára".

Em constante transformação, exige novamente modificações drásticas: novos conceitos, novas ATITUDES, novas habilidades e novas práticas.

Paradoxalmente nos deparamos com direções de escolas que querem essa mudança "imediata" e outras que resistem a qualquer transformação.

Há famílias transferindo suas responsabilidades para a escola. Talvez caiba a nós, educadores fazer a leitura daquilo que os alunos já sabem e demonstram através de sua desmotivação, rebeldia, desinteresse e descomprometimento. A escola tradicional está extinta. E não deve ser lamentada. À exemplo dos paleontólogos, precisamos aprender com o passado, sem tentar revivê-lo, ao menos no que tange a Educação. Precisamos resignificar nossas atitudes , funções, responsabilidades e objetivos. O continuísmo nos torna reféns de uma educação obsoleta.

Faz-se necessária uma mudança de ponto de vista, de foco, de olhar, para que deixemos de enxergar apenas os problemas e comecemos a vislumbrar possibilidades de ação. Uma catarse!

E é em contato direto com os alunos que conseguiremos isso.

Eis o nosso espaço significativo no "Ecossistema Educação"!

Começando por onde? Ruptura com padrões obsoletos, passo primeiro ante a possibilidade da extinção.

Depois, engajamento, adesão, entrega. Aderir ao novo, sem medo. Buscar aprender e ensinar sem medo de ousar, considerando que é fundamental educar para a cidadania consciente, para a compreensão, para as incertezas e para a felicidade.

Assumir a extinção da escola tradicional para nós, educadores, significa "gastar todo o gás", recarregar as baterias e encarar os desafios de frente, tendo a consciência de que não podemos controlar tudo ao mesmo tempo, nem todos ao mesmo tempo. Lugar comum? E sobretudo, significa que nosso papel maior é contagiar a todos que participam da escola, afinal, se acreditarmos que é possível, iremos além... muito além... lá onde ninguém jamais esteve.

Mariles da Costa Boschi

Especialista em Educação

Mariles da Costa Boschi
Enviado por Mariles da Costa Boschi em 10/12/2007
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