Sexagenei

Sexagenei?! É isso mesmo????

Sim!!!! E viva a isto!!!

Foi como um sopro, uma brisa dessas que passa sem que se sinta na pele

seus efeitos…. Mas devo admitir que foram muitos os efeitos. E posso senti-

los em cada junta de meu corpo quando me levanto rápido demais…hehehe.

Sem contar nos meus encontros diários com o espelho. Mas isso faz parte do

processo e é uma dádiva poder experimentá-los.

Às vezes fecho meus olhos e posso me transportar a outros tempos com uma

precisão de detalhes e cheiros e gostos. Quanta saudade bate. Já de outros

momentos, não consigo me recordar tão nitidamente. Devem ser os tais

efeitos ainda…

Carrego comigo alguns sonhos, dos antigos, sonhos novos, sonhos que fui

reconstruindo ao longo dos anos; sonhos repaginados. Afinal, o que somos

sem nossos sonhos? Quaisquer que sejam eles: extravagantes, cotidianos,

utópicos, descomplicados… O essencial é sonhar sempre.

E os amores, então???? Ah, e foram muitos, afinal, quem disse que amamos

apenas uma vez? Paixões fulminantes, rompantes, avassaladoras. Outras,

plácidas, mansas, comedidas. Foram sentimentos que, por vezes, me

levaram às alturas e, em outras, ao solo firme e impiedoso. Mas todos me

definiram e deixaram suas marcas em minha vida. Cada qual com suas

particularidades, bagagens, vivência. Amei muito!

Constituí família, tive filhos e netos. E com eles aprendi o maior amor do

mundo! Amei estar grávida, gerar um novo ser. Coisa linda e estranha a

maternidade. Damos a vida a seres tão pequeninos e frágeis e que amamos

de uma forma indescritível, porém, não nos damos conta de que cada

movimento nosso está modelando um novo adulto no mundo.

Responsabilidade gigantesca para quando se é tão jovem. Contudo, a vida

vai seguindo sobre seus trilhos, numa cadência que permite com que criador

e criatura se acomodem , se desenhem e se integrem no doce (por vezes

ácido) compasso dos dias.

Sou muito grata também pela chance de ter andado por tantas paragens, por

desvendar paisagens antes só vistas nos meus livros de história. Amo viajar e

pretendo descobrir muitos outros lugares ainda.

E pela janela dos dias e dos anos, fui encontrando pessoas pelo caminho.

Umas chegaram e seguiram junto a mim por muito e muito tempo. Outras

ficaram pouco. Mas todas me ensinaram e me deixaram marcas e memórias

que não irão se apagar.

Aos poucos também fui conhecendo a dor da falta, da saudade daqueles que

foram saindo dos trilhos da vida. Aprendi que, com o tempo, a lâmina da dor

vai deixando de cortar e apenas nos cutuca e traz pesar. É o ciclo da vida,

mas ainda assim, nada fácil de entender. Quando olho para trás sinto falta de

tanta gente… E essa ausência vamos aprendendo a suportar dia a dia.

Porém, somando tudo, as perdas e as bênçãos recebidas, as decepções e as

realizações, os prazeres e os dissabores, os encontros e os desencontros, os

vendavais e as calmarias, sei que estou preparada para mais e mais

andanças. Afinal, a vida é boa e há muito mais para ver e viver!

Gratidão!!!!!!!!

Rosiane Maria
Enviado por Rosiane Maria em 28/02/2023
Código do texto: T7729698
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