HORA DO R U S H

Um final de dia como todos os outros, com a rotina do ponto, onde muitos se encontram para uma breve troca de idéias.

O horário é de "rush", pessoas apressadas para iniciar novos desafios nas escolas e universidades da vida. O caminho percorrido é o mesmo, com minha moto desviando rápido dos automóveis mais nervosos na avenida Aguanambi que torna-se estreita para o grande fluxo, onde filas intermináveis deixam o trânsito mais lento. A rotina seria quebrada com acontecimento imperceptível para os apressados e testemunhado apenas pelos envolvidos diretamente no fato.

Uma ambulância de cidade do interior, daquelas que servem para tudo; até para levar doentes para o hospital da cidade grande tentava deslocar-se no engarrafamento para levar alguém de volta para casa. Isso eu imagino, pois o caminho percorrido era inverso ao do principal hospital da cidade. O automóvel talvez fosse da administração passada devido ao estado de conservação, mas o que me chamou atenção foi a sirene, que mais parecia um radinho com as pilhas em curto... só dava para ouvir quem estivesse bem próximo. Eis que em um dos cruzamentos, duas motociletas ficaram a frente da tal ambulância e em face do pouco apelo que a sirene fazia um passageiro não se conteve e gritou...

- Ei ... tira a p... dessa moto do meio!

Nisso um vendedor ambulante de flanelas, a se aproveitar do infortúnio dos motoristas para melhorar as vendas percebeu o fato e mesmo sendo fanho gritou a plenos pulmões:

- "Éngua" macho... "peromenos ajeinta" a sirene!