UM NEGRO NOBRE
Marco Antônio, mulato de grande porte, trabalhava numa pequena oficina na qual conheceu Isabel, filha de um rico comerciante de Curralinho.
Ao levar seu carro para a oficina, Isabel é de imediato atendida por Marco que faz uma avaliação para o concerto de seu mercedes convercível.
Isabel começa a olhar o mulato com outros olhos e, logo tempo depois começam a namorar, quando dois meses se passam,Antônio exige que a moça o leve para conhecer sua futura família.
A moça, sem graça, confessa que seu pai é preconceituoso e que ele corre o risco de ser ofendido, Marcos, ciente do risco pede mesmo assim que Isabel o leve.
Um jantar é marcado, Marcos vai com sua melhor roupa conhecer seu futuro sogro, e, quando é apresentado ao pai da moça, este olha Marcos com ar de desdém.
Durante o jantar, o comerciante começa falar de escravidão, uma forma de ofender Marcos, dizendo que os negros só prestam mesmo para trabalhos pesados e nada mais.
Marcos, ouvindo somente, pede ao comerciante a vez de falar e, calmamente responde:
- Meu nobre senhor, tenho orgulho de ser quem sou , um homem pobre, porém descente, que muito cedo sai a luta para seu pão ganhar e alma na luta fortalecer.
- Sou negro sim, e honro minha raça, e não é a etnia que define o carater de alguém, pois, se caso o senhor fizer o levantamento de sua árvore geneanológica, um negro presente lá estará.
Ouvindo isso, o velho se calou e estendeu a mão pedindo desculpas e, ao mesmo tempo, louvou o argumento do futuro genro.
Olhou para a filha e disse:
- Minha filha querida, eis um homem nobre que da inteligência usou para argumentar, retiro tudo o que disse e abençôo a união de vocês, sejam felizes.