De repente, escutei Manhãs de Setembro e me recordei que ainda estamos em maio.

Mesmo assim, me senti congelada, no torpor da angústia, na palidez da madrugada, quando o Sol ainda não despontou.

Ainda era madrugada e eu teria que enfrentar, lá fora, a manhã fria do fim de maio.

É difícil explicar, mas eu corria sempre para o Sul do país, para sentir o vento frio no rosto, o vento que corta a pele, que congela as mãos, que deixava o coração quente, na ilusão que era ali que eu reencontraria algo ou alguém que fosse aquecer meu peito.

Ah...Era um frio congelante, mas o coração estava derretendo todas as maneiras de me decepcionar.

Enfim, era no inverno que eu me sentia como a música das Manhãs de Setembro.

Eu me sentia no comando, com as rédeas nas mãos, e chicoteava o tempo, o espaço, o caminho, afastando as dúvidas, as amarguras e decepções.

Hoje, no final de maio ao completar mais um outono, senti que as rédeas não estão mais em minhas mãos, que eu  caminho a pé e que o vento e o frio estão muito mais intensos e que meu coração não consegue mais derreter as desilusões.

Sinto muito, mas não vou mais para o Sul procurar algo ou alguém. Fico aqui mesmo. O frio hoje, aqui,  está tão intenso quanto o de lá.

Afinal de contas, o tempo e o espaço ainda existe e quem sabe ainda consigo aguardar setembro.

 

Quer escutar a música, MANHÃS DE SETEMBRO?

Clique aqui :

https://rosanapoderrosa.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=7799695

PoderRosa
Enviado por PoderRosa em 28/05/2023
Reeditado em 28/05/2023
Código do texto: T7799695
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.