TRADIÇÕES JUNINAS

Sempre que vira o mês de maio para junho cá nessas terras onde nem se fala em festas juninas me pego rebuscando na memória enquanto ainda guardo traços do passado quando junho era mês de festa.

Começava com as novenas de Santo Antonio com as famílias devotas reunindo amigos e familiares realizavam rezas durante nove noites seguidas sendo a última noite justamente a de 13 de junho quando oficialmente começam os folguedos juninos de Santo Antônio, São João e São Pedro.

Junho é mês de fartura. Milho a dar com pau. É canjica, milho assado, milho cozido, amendoim cozido, licor de frutas, principalmente genipapo e maracujá. Uma delícia.

É mês de fogueiras nas portas, crianças e adultos estilizados de caipiras e chapéus de palha.

Antigamente as famílias sentavam nas portas para escutar forró enquanto as chamas crepitavam nas fogueiras. Balões enfeitavam o céu ofuscando o brilho das estrelas. E não tinha essa coisa de "proibido soltar balões por causa de risco de incêndio". Pura bobagem.

As ruas enfeitadas de bandeirolas e tanta fumaça de fogueiras que os olhos ardiam.

O clímax era na noite de véspera do dia de São João. O ciclo se encerra no final do mês com a comemoração do dia de São Pedro. E assim se encerra o mês de junho de tanta comemoração e alegria.

Aqui no Rio de Janeiro mal se fala em tradições juninas. As comidas típicas são cachorro quente, angu, e um munguzá que eles chamam de canjica. A canjica de milho do nordeste aqui é chamada de curau. O sabor nem de longe chega aos pés do sabor da canjica de milho do nordeste. E as músicas? Só se escuta funk, muitas vezes com letras devassas ou de apologia a armas sexo ou drogas.

Ah! Que saudade da minha terra! Que saudade das coisas do meu nordeste!

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 05/06/2023
Reeditado em 05/06/2023
Código do texto: T7805682
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