Preservar é preciso

Todos querem preservar o nosso planeta, pelo menos os cidadãos conscientes, mas trata-se de uma minoria, e os interesses comerciais sempre aparecem em primeiro lugar. Preservar as florestas é preciso. E como é - todos sabemos que elas estão interligadas ao clima. Quando as florestas são devastadas. Quando usamos combustíveis derivados de fósseis, indiscriminadamente, em todo o globo terrestre, as intempéries climáticas respondem com violência. Esses dois fatores combinados contribuem, e muito, para o aumento da temperatura do planeta. E, então vem as oscilações do clima – calor e frio ao extremo, trazendo degelo nas geleiras, desertos, as chuvas torrenciais, tornados, tempestades, deslizamentos de encostas, mudanças constantemente nas temperaturas, contrastando climas, ora secos demais, ora chuvosos demais. Transformando áreas verdes em desertos. Quem é o culpado? Tirando os desastres naturais, como tsunamis, furacões, tornados e outros não raros infortúnios – nós, seres humanos que só queremos extrair, e nada repor - somos os culpados.

Lembro-me que a mais de meio século, eu morava num sítio – em uma área de preservação ambiental – e que continua intacta até os dias atuais. Isto por quê? Porque o dono do sítio era um homem de visão. Ele, para consumo próprio, separava uma área para o plantio de eucalipto - comprava as sementes, plantava as mudas e depois de germinarem, deixava essas árvores crescerem, e quando precisava de madeira, seja como lenha, andaimes para suas construções, ou até mesmo, estacas para as cercas – recorria a sua plantação, e derrubava somente algumas árvores de eucalipto, que eram imediatamente repostas com aquelas mudas conservadas em seu próprio viveiro – sempre renovado. Ele criou um ciclo de desmatamento renovável em seu sítio. Tenho orgulho em tê-lo conhecido.

Aprendi muito com ele. Imagine, há um século, eu ainda criança, ter consciência a importância de não desmatar, e quando for inevitável - reflorestar para preservar. Ele me ensinou este processo de reflorestamento – dá escolha das sementes, ao método para desenvolver a muda até seu plantio. E se dá pra fazer com eucalipto, acho que dá também com outras espécies de árvores – é claro que repor uma mata nativa não deve ser tão fácil, por isso o melhor a fazer é manter a floresta em pé, não as derrubar, e sim, preservá-las, por isso devemos ter consciência e consumir as madeiras de maneira sustentável, ou seja, exigindo que a sua origem não seja ilegal. Derrubou, tem que reflorestar! É o mínimo que podemos fazer pela natureza, que nos dá tudo: remédios, roupas, abrigo, comida e muito mais...

Quando machucamos a natureza, ela revida, de uma maneira, ou de outra – seja através de secas, chuvas demais, erosões desenfreadas, desastres em cima de desastres, cobrando uma fatura que a população mais pobre, que geralmente vivem em regiões de maior perigo, como morros, não podem pagar.

A tecnologia nos está permitindo muitas coisas, entre elas, a IA (Inteligência artificial) que pode monitorar cada pedacinho das florestas; pode apontar quem não está preocupado com o desmatamento ilegal, mas ainda não pode reflorestar as áreas atingidas pelas derrubadas e as queimadas ilegais das florestas que ainda sobrevivem em nosso planeta. Reflorestar ainda é uma tarefa de humanos e não de robôs, felizmente. Não podemos ter um foco desenvolvimentista sem levar em consideração nosso maior legado – a natureza. Vamos pôr o cérebro para funcionar, - não vamos “queimar” nossas florestas ou o que resta delas. É urgente, precisamos mudar o rumo do consumo para energias renováveis, daremos um tiro no próprio pé se não mudarmos de direção. Precisamos acordar para o amanhã, com nossas ações no presente. O futuro dos nossos filhos e netos dependem das nossas atitudes de hoje! Lembrando o ditado que diz “Não deixe para amanhã, o que se -deve- fazer agora”.

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 05/06/2023
Reeditado em 05/06/2023
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