Contador de histórias

Não é tão simples quanto parece ser um bom contador de histórias. Às vezes chega a fluir naturalmente, as idéias brotam na mente e já se despejam ao papel como o vento, sem direção e impreciso, mantendo uma velocidade constante e morrendo por alguns segundos. Nem todas histórias que se conta são interessantes, elas só chamam atenção normalmente de quem está diretamente envolvido com o assunto em questão. Profissionalmente, contar uma história também possui suas regras. É necessário buscar o que ninguém percebeu e possuir o chamado feeling, que se transformará no miolo da história, aquele detalhe diferente que faz toda a história ser incomum, contagiante. O problema é que muitas vezes não dá para encontrar esse diferencial, por pressa ou inexperiência, tanto faz. Usualmente, não temos envolvimento e paixão suficiente pela história para contá-la adequadamente, seja de forma profissional ou amadora.

Então um exercício bom para aperfeiçoar a escrita e, consequentemente, embelezar uma história é ler, estudar outras formas de escrita, conhecer novos estilos. O principal é manter um estilo próprio, direto, se defeituoso for, que pelo menos esteja sempre buscando uma aprimoração. Assim as histórias vão nascendo e com o tempo acabam conquistando alguns leitores, gerando a inimizade de outros, é sempre assim. Invariavelmente as histórias vão magoar alguém, outras pessoas vão dedicar alguns momentos para pensar e sempre, mesmo que seja apenas um, alguém vai dizer que a história é linda, por mais que ela desagrade. Esta é sempre a recompensa do contador de histórias, aquela pessoa que lê e por algum motivo sorri ao encerrar a leitura. Por isso, se você ler este texto e me der um sorriso, terei ganho o dia.