NATAL DE MINHAS ETERNAS LEMBRANÇAS.

Lamentavelmente o meu Natal não é mais o mesmo!

Era meu filho quem mais se entusiasmava em decorar a casa.

A árvore a mais alta que ia com seu pai pegar num reflorestamento de pinho.

O presépio o mais esmerado por suas pequenas e ternas mãos. Grutas, manjedoura, reis magos, tinha uma vilazinha com patinhos nadando no espelho, musgo da Serra da Piedade,vazinhos plantados com sementes de arroz dias antes, areia branca fininha que dava o toque. A Familia de José e Maria, o bercinho á espera do DEUS MENINO. O Reis Magos lá longe junto às plantas, camelos e pastores. Só chegariam no dia 6 de janeiro.Colocava todo mundo para trabalhar desde o pai até a eterna babá de meus filhos.

ALEXANDRE tinha a graça de conquistar a todos para a empreitada!

Tudo ele fazia para homenagear o ANIVERSARIANTE.

Nossos natais sempre foram regados de fé e meditação.

Naquele tempo eu rezava mais.

Claro que não faltaram os presentes ao pé da árvore,

Também não faltavam brinquedos para serem doados e os pacotes com as mesmas guloseimas que degustávamos para, na tarde seguinte seriam repartírdos para as crianças de bairros pobres e para algumas creches de nossa cidade .

ALEXANDRE, nome de meu filho, se emocionava a cada doação.

Nossa filha mais velha também ! Mas era ele quem regia a Operação Natalina, como chamávamos.

Meu marido e eu ficávamos na retaguarda registrando com olhar atentos e emocionados cada cena comovedora que nossos filhos proviam

Isto foi até os 11 anos de Alexandre. Depois ele optou para irmos ao asilo.

Sempre era o ALEXANDRE que determinava o nosso Natal. Foram apenas mais 4 Natais.

O de seus 16 anos não pode ser realizado. Um acidente automobilístico o tirou de nós.

Neste ano meu marido, minha filha e eu fomos refugiar no Caraça. Muito emocionante a ceia e a pregação do Padre Tobias.

Mas não foi a mesma coisa . Como não seriam mais os nossos outros natais. O ALEXANDRE não marcava presença.

Hoje apenas minha filha, o marido dela e eu ficamos nesta casa imensa, que se tornou fria e triste.

Os enfeites estão guardados em sua maioria. Hoje não há a árvore imensa, o presépio não tem a gruta feita pelas suas mãozinhas com o auxilio de todos nós.

Mas apenas nos reunimos para celebrar a data de Nascimento do Menino Jesus e agradecer pelo ano que passou, pelo o dom da vida, pela graça de podermos celebrarmos juntos...

A emoção de hoje é outra. Misturada com a saudade !