ESCRITO BASEADO EM UM TEXTO CRÍTICO À JUVENTUDE ATUAL

(Usei o máximo possível de palavras e expressões texto original)

AS TRISTES GERAÇÕES QUE SE ESTRESSAVAM E SE FRUSTRAVAM MAS NÃO SABIAM DISSO

Andavam a pé, de ônibus, a cavalo... Não lavavam suas cuecas, se casavam cedo para a mulher lavar enquanto se consumia sem direito a desejar nada além de ser "do lar". Não buscavam conhecimento porque ele geralmente estava além de suas posses. Nem espiritualidade, só religião porque era tudo que tinha.

Se encantavam com decorações natalinas, quando tinham acesso a isso, e com um ipê florido no meio da avenida ou na roça onde trabalhavam, se houvesse tempo para apreciar. Não reivindicavam direitos de expressão e não ofereciam nada em troca porque nem sabiam que podiam ter direitos. Nenhuma atitude a não ser, em muitos casos, descarregar suas frustrações e problemas espancando esposa e filhos.

Consideravam obrigação seguir os passos dos pais, mesmo quando eles eram péssimos. Julgavam apenas os inferiores sem se atrever a levantar os olhos para qualquer pessoa que estivesse um pouco acima.

Juízes duros e impiedosos para com os filhos, e principalmente as filhas! Condenavam as mulheres e as crianças a escolhas limitadas e obediência irrestrita. Repetiam muito a máxima de que "Criança não tem querer".

Não choravam pelo cachorro maltratado porque "homem não chora" e mulher "tem mais o que fazer", no tanque ou no fogão. Desejavam que o homem considerado inferior fosse esquartejado, escravizado ou morto em uma guerra insana "em nome da pátria".

Compaixão sempre duvidosa porque excluía muita gente e sempre tinha em quem mandar.

Amorosidade mínima, porque "mulher é inferior e criança mimada vira maricas, bandido ou puta".

“Preciso disso! Tem que ser aquilo!” era coisa que criança que dissesse apanhava de cinta ou correia até quem batia cansar o braço. E haja insatisfação! Infelicidade. Descontentamento. Adoecimento. Depressão... tudo "engolido" e extravasado na violência. Algumas vezes, se a violência não bastava, restava o suicídio… de que não se falava porque "é pecado mortal", sem direito a enterro e com a certeza do inferno eterno.

Gerações estragadas. Conformadas. Presas em suas culpas e desculpas. Acomodadas em suas gaiolas de mentiras e tabus. Não postavam nada porque não tinha computador, o único consolo era a confissão para o padre, que acreditavam ter o poder de banhá-los no mar curador; mas não tinha! Não limpavam o lixo na praia com os amigos porque tinham que trabalhar, mas arrumavam a própria cama, quando a tinham, porque se não fizessem apanhavam. Em casa, estampavam medo travestido de respeito, escondiam sofrimento, e não tinham o direito de chorar diante da dor… a dor de ter que crescer sem poder escolher outro caminho que não o traçado pelos pais… e ainda tinham que agradecer e "merecer"!”

Divina de Jesus Scarpim
Enviado por Divina de Jesus Scarpim em 07/08/2023
Código do texto: T7855839
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