PERDIDOS NO ESPAÇO

Valdir Rangel

Anos 60, eu era criança, o televisor, era um objeto de primeiríssima linha, TV GRANDE, EM PRETO E BRANCO. Com uma antena instalada no teto da casa, apelidada de rabo de peixe.

O meu tio, era considerado um cidadão rico, pois adquiriu, o primeiro televisor de sua rua. Não tenho certeza da marca, se era SEMP, ou PHILIPS, mas, voltemos, ao que interessa, àquela maravilha, ficou instalada na sala da frente, da residência, e todas às tardes, a garotada, frequentava o terraço de sua casa, e ficavam todos ali espremidos, eu por fazer parte da família, na condição de sobrinho, tinha o privilégio, de ficar na sala, junto aos meus primos, o meu lugar estratégico, preferido por mim, que era de baixo de uma mesa grande, que lá havia. Era um camarote vip, para mim, kkkkkk kkkkkk, e o seriado da época, que fazia grande sucesso, era PERDIDOS NO ESPAÇO.

Capitão Nelson, e sua família, Dr. Smith, que atrapalhava mais, que ajudava na expedição, e um roubô, que falava e ajudava nas pesquisas espaciais. O Homem, ainda não havia pisado no solo da lua.

E aí vem o fato mais interessante, naquele ano, a bexiga, doença que pipoca todo o corpo, com boilhinhas, estava num grande surto. A minha querida mamãe, preocupada, me disse! Não vá assistir televisão, os seus primos, estão com bexiga. kkkkkk Kkkkkk, foi mesmo que me dizer, vá assistir.

Como resultado final, de minha teimosia, eu e metade da garotada da rua, tivemos a danada da bexiga kkkkkk Kkkkkk. Sofri de mais com aquelas perebas que saíram pelo meu corpo.

Não me arrependo desta minha desobediência tão infantil, assim eu fiz, para salvar e prestar solidariedade, aos meus personagens tão queridos por mim.

E desta forma, não fugi, dos perigos da doença, nem das emocionantes cenas, do meu inesquecível seriado, PERDIDOS NO ESPAÇO, que me marca até hoje, e sempre eu o recordo, com alegria.

PERDIDOS NO ESPAÇO. Me encontrou e me fez muito bem comigo mesmo, na minha infância terráquea.

Ah. Tinha também, o zorro, lutando contra o sargento Garcia...