BARALHO

Muitos dentre nós ocidentais, para ocupar aquelas horas vagas, de real ócio improdutivo, apela para o jogo de baralho.

Este costume existe desde o século XVIII, é largamente conhecido e usado principalmente nos dias atuais em que estamos condenados à solidão do isolamento social por força da insegurança institucionalizada e até certo ponto incentivada por aquelas “autoridades” que por força da profissão, deveriam combate-la.

Mas o que pouca gente sabe é o significado do baralho.

Seu idealizador inspirou-se nos dados do ano e os representou assim:

- As cores, vermelho = dia; preto = noite;

- O total das cartas representam as 52 semanas do ano;

- Os naipes, são as estações. Sendo Ouro, a primavera; Paus, o verão; Copas, o outono e Espada, o inverno.

- As 13 cartas de cada naipe, representam as 13 semanas de cada uma dessas estações;

- Mais adiante, alguém relacionou os naipes com os elementos: Ouro = Terra; Paus = Fogo; Copas = Água e Espada = Ar;

- A soma dos valores das cartas, do ás ao rei dos quatro naipes, é igual a 364, mais um coringa = 365 dias. (Para o ano bissexto, outro coringa);

- A soma das três figuras, rei, dama e valete de cada naipe, são os 12 meses do ano.

Há dúvida quanto a criação do baralho se foram chineses ou árabes.

Pelo relacionamento com os postulados da astronomia e matemática, eu acredito que foram os árabes os seus inventores, porque não há nenhum apelo místico no baralho, coisa que é presença constante nos postulados chineses.

Com a popularização do baralho, aquilo que era usado exclusivamente para diversão, passou a ser profissão, a ter outros usos, significados e levou muita gente ao vício.

Criaram-se as casas de jogos, onde se faziam e ainda se fazem fortunas e falências num submundo de acordos espúrios,

orgia, prostituição, contravenções, drogas, raptos e tráfico de influências e de pessoas.

Ter uma carta na manga ou dar uma grande cartada viraram sinônimos de vitória.

Na tola ilusão e afã do ser humano em desvendar o porvir, nasceram os “espertos” capazes de ler nas cartas dos baralhos, os futuros acontecimentos nas vidas daqueles que acreditam e pagam para serem enganados...

E, como não podia deixar de ser, para emprestar um cunho de veracidade, os baralhos foram devidamente modificados e ilustrados com figuras dignas das páginas de quaisquer bestiários, classificados como menores e maiores, dentro do ocultismo que encerra a palavra arcano.

Louco, sacerdotisa, enforcado, mago e muitas outras figuras são dispostas, diante do consulente sobre a mesa em ambiente estrategicamente preparado para impressionar e justificar o pagamento e, graças à modernidade, hoje já se fazem consultas “on line”.

Minha mãe dizia que todos os dias um sabido sai de casa à cata dos tolos...