Sob a sombra pintada: Uma tarde desdobrada na praça.

Naquela tarde que se desdobrava, o sol derramava seus raios dourados que dançavam entre as folhas das árvores, desenhando luz e sombras na superfície do chão.  Decidi entregar-me ao simples prazer de sentar num banco de madeira desgastada, onde histórias se entrelaçam de maneira efêmera.

Observava o vai e vem das pessoas, cada uma imersa em sua própria narrativa urbana.  Ali o tempo tinha a gentileza de se desdobrar lentamente, enquanto eu me entregava ao deleite de não fazer nada.

Sem compromissos, nem pressa, sentia a brisa suave acariciar meu rosto, como se o vento sussurrasse segredos do cotidiano.  Sorrisos ocasionais e olhares distintos revelavam que, na simplicidade do sentar, descobrimos uma pausa sagrada da rotina frenética.

O banco tornou-se meu refúgio, uma ilha tranquila no oceano agitado da vida urbana.   Nas entrelinhas do tempo, percebi que a magia do nada não fazer transformava aquele instante em algo extraordinário.

Na praça, onde as horas flutuavam em harmonia, encontrei o luxo de apreciar a vida sem a urgência do próximo passo.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 15/12/2023
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