Sonhando com o último primeiro beijo

O amor é de uma complexidade inenarrável e muitos já devem ter cansado de analisar os fatores que o envolvem e tudo que muda nas pessoas quando elas se percebem apaixonadas. Lógico que nem todos procuram o amor intensamente, eu mesmo já o deixei como a última prioridade da minha vida. No entanto, chega uma hora que o cupido realmente te acerta naquele ponto onde mais cativa, lá entre a emoção e a razão, e já não há mais volta. É o nascimento do amor, ainda caracterizado pela paixão, um encantamento completo e sem um motivo aparente... Na verdade tudo que os olhos vêem e o que o coração sente é a explicação. A beleza do sorriso, a ternura do toque e a clareza na expressão de cada palavra são como uma obra perfeitamente musicada, algo como aquelas músicas clássicas que os jovens nunca gostam, mas que um dia prestam atenção e se encantam.

A vida nos prega algumas pegadinhas, nos traz de volta pessoas que marcaram as fases mais doces de nossas vidas. Um amor de infância reaparece e de uma forma totalmente inesperada parece que flutuamos em encantamento e só o que dá para pensar é no abraço, e em cada momento perfeitamente desenhado como aqueles filmes românticos em que o mocinho diz as palavras certas para a amada, e ela o olha com um sorriso misterioso que ele não entende. E é assim que me sinto neste momento, com aquele doce encantamento infantil que faz os olhos brilharem, o velho e bom amor que está ainda vacilante. É quando paro e percebo que o amor é o que mais importa, por mais que tentamos omitir ou fingir, até negar, é sempre o amor que pode mudar nossas vidas. É sempre o amor que nos move, é sempre o amor que nos encanta, é sempre o amor que nos faz sorrir e chorar, e sempre vai ser o amor quem irá mandar em nossas ações.

E tudo isso me prende em momentos quase que eternos de um sentimento, de um desejo vacilante e motivador. Estou aqui, de coração aberto, escrevendo e sonhando com o momento em que darei o meu último primeiro beijo.