Maria Santinha in memorian 

 

Vovó fez a passagem de volta pra casa,  juntou-se aos nossos ancestrais nos raios de Yemanjá. Agora deve estar celebrando o encontro com seus filhos e netos já desencarnados.

Em vida gostava de celebrar com todos nós em volta dela, de dançar com o vovô, seu companheiro por mais de 60 anos.

Com ela , aprendi que não se pede licença pra lutar.

Mulher com sangue quente da ancestralidade latina-Amazônica.

Sobrevivente da extrema pobreza, criou seus oito filhos com uma enxada na mão e um facão na outra e assim abriu os caminhos da vida.

Nunca quis aprender a ler, dizia que não tinha paciência, apesar da nossa insistência, porém, sua leitura de mundo e sua perspicácia nunca aprendería em nenhuma escola ou faculdade.

Vou sentir falta de suas estórias de Pedro Malasarte e suas piadas de papagaio.

De quando chegava em sua casa e ela com sua generosidade me chamava "Quinha,vem almoçar minha filha!!!"

Estava consciente da morte, e se manteve serena e corajosa diante dela.

Partiu em sua jornada a um mundo dourado e cheio de luz.

Estou de coração partido, mas celebro seus 84 anos de convivência comigo e honro sua passagem pra ancestralidade.

Essas lembranças vou guardar na memória e no coração.

Te amo vó, sinto saudades.

Boa viagem ❤️

02/2023

Jaqueline Cristina Sosi
Enviado por Jaqueline Cristina Sosi em 02/03/2024
Código do texto: T8011243
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