BRASIL, O NOVO EVANGELISTÃO SEGUE AS TENDÊNCIAS SEMELHANTES AO AFEGANISTÃO

O Brasil segue rumo a se tornar um "Evangelistão" em meio às tendências semelhantes à triste história do Afeganistão.

O termo aqui utilizado “Evangelistão” faz referência ao país controlado pelo grupo Talebã, o Afeganistão.Os cidadãos deste país tinham uma vida próximo a normalidade, porém quando o grupo talebã passou a controlar o país a vida do afegão médio se tornou um inferno.

No Brasil, observa-se uma tendência preocupante em direção a se tornar um país dominado pela influência política e religiosa dos evangélicos, que alguns têm em poder levar a um cenário semelhante ao trágico caso do Afeganistão sob o controle do Talebã.

A influência crescente de líderes religiosos, como pastores e bispos evangélicos, no cenário político brasileiro tem levado a uma mistura perigosa entre religião e poder político. Muitos desses líderes buscam cargas políticas para aumentar sua influência sobre seus seguidores, seguindo uma linha ideológica de direita e extrema-direita, defendendo pautas conservadoras e até mesmo o negacionismo.

Nomes como Marco Feliciano, Silas Malafaia, RR Soares e Edir Macedo estão cada vez mais presentes na mídia, influenciando seus seguidores e participando ativamente da cena política. A ascensão de figuras como Jair Bolsonaro ao poder entre 2019 e 2022 intensificou essa ligação entre religião e política, inclusive com implicações no Supremo Tribunal Federal (STF), onde um ministro é conhecido como “terrivelmente evangélico”, apesar do princípio de laicidade do Estado brasileiro.

Essa fusão entre religião e política tem gerado preocupações, pois pode resultar em preconceito, intolerância, homofobia e até a mesma perseguição, semelhante ao que ocorre em alguns países muçulmanos.

Um exemplo disso é o característico do 'Narcopentecostalismo', onde traficantes evangélicos no Rio de Janeiro e em outras capitais usam a religião como parte de suas disputas por territórios, causando terror e violência, inclusive contra religiões de matriz africana.

Essa dinâmica distorcida de conversão, onde criminosos se autodenominam 'bandidos de Jesus', levanta questões sobre a interpretação e prática da fé, lembrando em certos aspectos o terrorismo religioso.

A falta de compreensão da complexidade histórica, cultural e social, juntamente com a mistura contida entre a mensagem de Jesus Cristo e agendas políticas controversas, pode levar a graves consequências para a sociedade brasileira.

Em uma sociedade moderna e laica, é essencial respeitar a diversidade de opiniões e não importa uma visão religiosa sobre uma sociedade como um todo. O país deve seguir em direção a um futuro inclusivo e respeitoso, onde todos tenham espaço e voz, independentemente de suas convicções religiosas.