NOVA YORK LEGALIZA QUE RABINOS CHUPEM O PÊNIS DE BEBÊS JUDEUS

Em meio a intensas discussões, a Junta de Saúde da cidade de Nova York chegou a uma decisão que gerou polêmica: a necessidade de consentimento explícito dos pais para a realização de um tipo peculiar de circuncisão que envolve um antigo ritual milenar. O ritual em questão, conhecido como metzitzah, é uma prática comum entre os 1,1 milhão de judeus ortodoxos que habitam Nova York. Para a comunidade hassídica, o assunto é de extrema sensibilidade.

Nesse procedimento, o mohel, responsável pela circuncisão, após remover o prepúcio, realiza a sucção do sangue do corte no pênis do bebê com a boca. Essa antiga cerimônia religiosa tem sido alvo de duras críticas por parte da comunidade científica, que aponta potenciais riscos à saúde e até mesmo à vida do bebê circuncidado.

Em 2017, a Câmara de Nova York cedeu às pressões da comunidade rabínica, que defende a prática ancestral da "circuncisão com sucção oral", e se prepara para votar o fim da obrigatoriedade de autorização por escrito antes do ritual do metzitzah b'peh. O presidente da câmara, Bill de Blasio, prorrogou por três meses uma moratória que dispensa os mohels (judeus ultra-ortodoxos que realizam o ritual da circuncisão com sucção oral) de obterem o consentimento por escrito dos pais ou responsáveis das crianças.

Uma solução legislativa nesse sentido deverá ser discutida em junho, quando a matéria for votada. Membros da comunidade rabínica e médicos colaborarão para eliminar possíveis riscos à saúde envolvidos no ritual. Os mohels se defendem com um manual de rigorosos procedimentos, incluindo esterilização das mãos, testes médicos de herpes e higiene bucal. Essa situação coloca em confronto a tradição de uma prática defendida pela comunidade ultra-ortodoxa com os problemas médicos observados em diversas crianças desde o ano 2000. De acordo com registros das autoridades de saúde de Nova York, pelo menos 17 bebês foram infectados com herpes durante o ritual em que o sangue de seus pênis é sugado pelos mohels ao longo de 15 anos.

Os ultra-ortodoxos argumentam que a causa pode não estar corretamente identificada, sugerindo a necessidade de uma investigação mais científica, incluindo amostras de DNA dos mohels. Uma comissão de rabinos procura identificar o mohel responsável pelo ritual. Caso seja comprovado que um mohel específico infectou a criança, ele será proibido de realizar novamente o metzitzah b'peh. Em 2012, o então prefeito Michael Bloomberg já havia levantado essa questão, propondo a exigência de autorização por escrito, na qual os pais ou responsáveis das crianças confirmavam ter ciência dos riscos envolvidos na prática da circuncisão com sucção. A medida encontrou resistência dos ultra-ortodoxos, e uma decisão final sobre esses procedimentos ainda está pendente há três anos.

Professor Jeferson Albrecht
Enviado por Professor Jeferson Albrecht em 21/03/2024
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