Não sermos nós mesmos dá muito trabalho

Não ser você mesmo dá muito trabalho. Embora pareça um tanto confusa, essa frase me veio à mente de uma maneira muito clara e transparente. E veio acompanhada enquanto, mais uma vez, eu refletia sobre uma crença limitante tão comum a quase todos nós: o receio do julgamento alheio. Calma que não resolvi virar coach. Nada contra, mas são apenas reflexões de quem estava ali pensando na vida e lavando a louça. Aliás, recomendo - lavar a louça é terapêutico e sempre sou visitada por pensamentos interessantes quando estou fazendo isso. Organizar a vida de fora é uma ótima forma de organizá-la do lado de dentro.

Quando deixamos o nosso eu mais autêntico adormecido e vivemos apenas em função do piloto automático da sobrevivência, experimentamos o auge do cansaço. E isso não é apenas cansaço físico. Um outro tipo de exaustão bem mais profundo e que por mais que você descanse seu corpo, não irá passar. Simplesmente porque sua origem é outra. Daí você talvez já queira rebater: "Ah, mas então você quer dizer que deve-se viver fazendo apenas aquilo que se gosta? Não. Longe disso. Apenas quero lembrá-lo de fazer também o que gosta .

O que você, se pudesse, faria com a sua maior capacidade e o mínimo esforço? Não responda dormir, pelo amor. Falando sério: talvez o que lhe falte, seja se conectar com a sua verdadeira vocação. Aquela que você não faz apenas por obrigação, pela força das circunstâncias. Não falo aqui de um simples hobbie ou divertimento. Falo de algo que você faz bem feito, com desenvoltura e naturalmente. Faça mais disso. Não ser você, dá muito trabalho, porque você adoece, física e mentalmente. O preço é alto.

Não estou dizendo que você deve jogar seu atual emprego para o alto. Mas existe algo chamado transição de carreira. Um ato de coragem do qual muitos colhem seus bons frutos. Exige dedicação e planejamento, mas existe e é possível. Inclusive, considere a possibilidade de conciliar com a sua atual função. Você pode somar e não subtrair. Só digo uma coisa, a solução existe - e ela não se resume a reclamar. Nem tão pouco a passar toda a semana esperando que a sexta-feira finalmente chegue, ou praguejar contra às segundas-feiras nas noites de domingo. A vida é bem mais que e isso e o mundo precisa do seu talento, não apenas do seu trabalho. Pense nisso. Só dependem de você: a reflexão e a ação.