IMPACTO DO BOLSONARISMO NA (CCB) CULMINA EM TIROTEIO DURANTE CULTO RELIGIOSO

Por Jeferson Albrecht 02/09/2022

A Congregação Cristã no Brasil (CCB), conhecida por sua suposta neutralidade política e foco em questões espirituais, viu-se envolvida em um episódio chocante que expôs uma realidade perturbadora: a influência corrosiva do bolsonarismo até mesmo nos recintos sagrados. O ambiente de um culto, que deveria ser de paz e reflexão, foi palco de uma cena digna de um filme de terror contemporâneo.

Um POLICIAL MILITAR BOLSONARISTA que frequenta uma igreja da CCB (Congregação Cristã no Brasil) em Goiânia baleou um "irmão" durante o culto por causa de uma divergência política entre a vítima e um COOPERADOR BOLSONARISTA da igreja que defendia o presidente Jair Bolsonaro.

A briga teria acontecido após a CCB ter passado uma circular sobre eleições. Segundo esse comunicado, os fiéis não deveriam "votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus, isto é, casamento entre homem e mulher".

CARTA DA CCB CIRCULAR N 136/2022 - CCB

ELEIÇÕES 2022

NÃO DEVEMOS VOTAR EM CANDIDATOS OU PARTIDOS POLÍTICOS CUJO PROGRAMA DE GOVERNO SEJA CONTRÁRIO AOS VALORES E PRINCÍPIOS CRISTÃOS OU PROPONHAM A DESCONSTRUÇÃO DAS FAMÍLIAS NO MODO INSTRUÍDO NA PALAVRA DE DEUS , ISTO É, "CASAMENTO ENTRE HOMEM E MULHER"

O COOPERADOR , DURANTE O CULTO, EXORTOU A TEMÁTICA E FEZ APOLOGIA Á BOLSONARO....

A DISCUSSÃO COMEÇOU E A "BALA CANTOU" ... CHAMARAM O NOME DE DEUS, MAS A BALA COMEU

O mais estarrecedor é que, mesmo diante do cenário de sangue e desespero, o culto prosseguiu como se nada de grave tivesse acontecido. A falta de empatia e solidariedade com a vítima por parte dos presentes revela uma frieza de coração que contrasta de forma gritante com os princípios de amor e compaixão que se esperaria de uma comunidade religiosa.

O irmão de Davi, Daniel Augusto de Souza, postou um vídeo nas redes sociais em que denuncia o que aconteceu:

"Olha lá. Meu irmão foi baleado e eles continuaram com o culto, continuaram com as reuniões, 'normalzinho',

como se nada tivesse acontecido. Tem ambulância, polícia aqui na porta, bombeiros chegando",

Davi teria se oposto ao discurso do COOPERADOR BOLSONARISTA JOÃO BISPO na igreja, destacando a importância de manter o foco em Jesus durante o culto. A situação se agravou quando um policial militar interveio e acabou sendo baleado na perna. A reação da irmandade presente, que permaneceu alheia ao ocorrido, levanta questionamentos sobre a conduta ética e a responsabilidade da comunidade diante de situações desse tipo.

A atitude do COOPERADOR BOLSONARISTA ao utilizar o púlpito para fazer declarações políticas em um ambiente religioso é questionável, especialmente quando vai de encontro aos princípios estabelecidos pela própria igreja, que preza por ser uma comunidade religiosa apolítica. A postura de Davi em confrontar essa situação reflete a preocupação com a integridade dos valores e propósitos da congregação.

A falta de reação e de intervenção imediata por parte dos membros da igreja diante do incidente envolvendo o policial baleado levanta questões sobre a solidariedade e a prontidão em lidar com situações de emergência dentro do ambiente religioso. Além disso, a dificuldade em localizar responsáveis na unidade da CCB para prestar esclarecimentos demonstra uma possível falta de transparência e de prestação de contas por parte da liderança da igreja.

É fundamental que a igreja reforce seus princípios e valores, garantindo que questões políticas não se sobreponham à mensagem religiosa e que situações de conflito sejam abordadas de forma adequada e transparente. e a segurança de todos os envolvidos.

Que essa tragédia sirva de alerta para a necessidade urgente de resgatarmos a empatia, o respeito mútuo e a paz, valores essenciais que parecem estar cada vez mais escassos em nosso conturbado cenário político e social. Que a igreja, em vez de se render às paixões políticas, retome seu papel de acolhimento e amor ao próximo, deixando de lado as divisões e os extremismos que só servem para semear o caos e a desunião. Que a fé seja um instrumento de reconciliação e não de discórdia, de esperança e não de violência. Que assim seja!

O cronista Jeferson Albrecht satiriza e expõe, com humor afiado, o comportamento da nova extrema direita bolsonarista, oferecendo um retrato sombrio do fundamentalismo político e revelando as contradições e absurdos do movimento de forma inteligente e perspicaz em suas crônicas semanais.

Professor Jeferson Albrecht
Enviado por Professor Jeferson Albrecht em 27/03/2024
Reeditado em 27/03/2024
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