A incerteza do presente

Namorar é bom. Beijar, abraçar, amar. Gostoso mesmo é sentar num banco qualquer, num canto qualquer da casa, na sala ou na calçada e papear com a namorada.

Ficar ali sentados a conversar. O tempo vira um relógio a ser enviado para conserto, mesmo sabendo que o relojoeiro nada fará. Ele sabe que não há conserto para o relogio do amor: ali o tempo para e as horas voam.

Ontem foi muito bom. Falamos do nosso presente, que são sementes para o incerto futuro.

O futuro é sempre incerto. O que não podemos é deixar de imagina-lo que um dia ele pode se tornar coisa presente.

Sem esta imaginação, sem a mínima esperança desta possibilidade é inviável passar horas , labutando , cultivando a terra.

Porém, por mais dura , infértil que seja a terra o agricultor, o verdadeiro homem da terra nunca desiste. Para ele a vida sempre resumirá em semear a possibilidade da árvore que um dia dará abrigo.

Jorge Sousa
Enviado por Jorge Sousa em 10/04/2024
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