Os Pergaminhos do Mar Morto

Durante os primeiros séculos do Império Romano houve a subjugação do povo judeu e cristão e implacável imposição do paganismo da cultura greco-romana e do helenismo, que culminou com a destruição de muitos templos religiosos, perseguição aos judeus e cristãos, e queima de muitos livros religiosos.

Com a fundação da Igreja Católica Apostólica Romana, no primeiro Concílio de Niceia, na província de Bitínia, no ano de 325 d. C., coordenado por bispos cristãos, e organizado pelo Imperador Constantino I nos moldes do senado romano, mas que não votou oficialmente, muitos livros que restaram da perseguição foram considerados apócrifos e anátemas, e não entraram para a edição da Bíblia Sagrada. Foram discutidos o Arianismo, a controvérsia da Páscoa, a ordenação de eunucos, a proibição de se ajoelhar aos domingos e na Páscoa ao Pentecostes, batismo de heréticos, etc. Os seus principais feitos ou decisões foram a resolução da questão cristológica da natureza divina de Jesus Cristo com relação ao Deus-Pai; a fixação da data da Páscoa e a promulgação da lei canônica.

Antes da fundação da Igreja Católica Apostólica Romana, muitos líderes das seitas cristãs como Pedro e Paulo, apóstolos de Jesus Cristo, foram executados em praças públicas como intimidação aos seus seguidores. Devido a tanta perseguição, muitos livros em forma de pergaminhos, não assinados por seus autores, foram colocados em potes e escondidos em algum lugar como cavernas, e até enterrados.

Conta a história que um jovem pastor beduíno que procurava por uma ovelha perdida ao adentrar nas cavernas de Qumran, no Mar Morto, no trecho que fica na Cisjordânia, a 12 km de Jericó e cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém, deparou com um monte de potes (alguns danificados) com pergaminhos, e espalhou a notícia. Certamente outras pessoas adentraram as cavernas em busca de tesouros e danificaram os potes e até os manuscritos. Mais tarde, entre os anos de 1946 e 1956, os pesquisadores Eshbal Ratson e Jonathan Bem-Dov, da Universidade de Haifa, em Israel, juntamente com outros pesquisadores recolheram cerca de 900 manuscritos em onze cavernas, escritos em códigos e sem nome de autores. E boa parte desse tesouro arqueológico está preservada no Santuário do Livro, no Museu de Israel, em Jerusalém, construído em 1965. Os manuscritos foram escritos em códigos e fazem parte da Bíblia Hebraica, e narram festas religiosas e até fatos cotidianos do povo judeu. Conforme estimativas foram escritos por volta do ano 4 a.C, provavelmente pelos essênios, seita judaica. O quebra-cabeça continua sendo montado por pesquisadores, que afirmam que é quase impossível processar a grande quantidade de dados que os pergaminhos fornecem, mesmo com o uso da IA – Inteligência Artificial.

Muitos rascunhos dos Manuscritos ou Pergaminhos do Mar Morto contêm livros e trechos da Bíblia Hebraica, como um que fala da “guerra no céu”, que me chamou à atenção pela sua afirmativa: “Miguel novamente liderou o lado do bem, chamado de filhos da luz. Seus opositores, os filhos da escuridão, foram comandados pelo demônio Belial.”

Goiânia, 15-04-2024

(Do meu livro Despertar da religião, artigos religiosos, em construção)

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 15/04/2024
Reeditado em 15/04/2024
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