UM GRITO DE SOCORRO.

A crônica de hoje tem um peso de angústia incalculável, carregada de dor, incerteza e medo. Às palavras saem com dificuldade, confesso aos amigos leitores, as lágrimas sobem aos olhos constantemente. Quem acompanha os noticiários, está a par de toda a tragédia envolvendo o Rio Grande do Sul. As chuvas constantes aumentaram muitíssimo o nível dos rios, de todos eles, causando inundações em muitos locais. Considerando que boa parte das cidades e povoados estão quase ao nível dos rios é de se esperar que não precisa de muita coisa para transbordar do seu leito atingir casas e plantações. As chuvas que caíram na serra gaúcha tendem a se acumular na parte mais baixa.

O Rio Grande do Sul é uma área de grande produtividade, arroz e soja, dentre outros grãos, importantíssima para o Brasil, com grandes agricultores e suas fazendas enormes, maquinários, funcionários e famílias trabalhando nessas terras. Essas famílias, que por sua vez também tem o seu plantio e cultivo, de alguma forma ligado a terra e vivendo do que ela lhes fornece. Famílias que passaram anos de suas vidas construindo suas casas, conseguiram o pedacinho de terra e dele viver. Pessoas simples, amorosas, trabalhadores incansáveis. O Rio Grande do Sul é um importante Estado no serviço à nação brasileira, o produto de suas mãos chegando diariamente às nossas mesas e nas gôndolas dos supermercados.

Chuvas no estado são normais, algumas vezes menos, outras mais. Porém, o que estamos vendo foge da compreensão humana, não se viu nada igual em anos. Fazendas inteiras simplesmente desapareceram debaixo da água. Lugares que viraram mar de uma hora para outra, famílias que perderam tudo, ficando somente com a roupa do corpo. É de cortar o coração as imagens que a todos os momentos surgem na internet. Em uma delas, uma família que estava prestes a ser resgatada por um helicóptero, não teve tempo de serem salvas, as águas levaram aquelas pessoas, algo angustiante de se ver, doendo no mais profundo da alma.

Não se sabe ainda quantos mortos, ou desaparecidos, quase todas as pontes caíram, há lugares ilhados e com o nível da água subindo, considerando que a chuva continua. A todo o momento imagens diferentes surgem, pessoas em cima dos telhados, olhares de desespero, esperando pelo resgate. Casas inteiras foram levadas pela força das águas, maquinários agrícolas afundados, plantações inteiras destruídas, luto em muitas famílias, outras, desesperadas sem saberem notícias de seus parentes. É um momento triste na história do nosso país, peçamos a Deus por esse povo, oremos com fervor para que as chuvas parem. Será necessário mais do que nossas orações, será necessário ajuda concreta de cada um em favor daqueles que perderam tudo.

Há o risco de barragens enormes romperem, se isso vier acontecer, será algo indescritível. Oremos com todas as nossas forças pelas vidas humanas, famílias, pais, mães e filhos, neste momento ilhados, entre a vida e a morte tentando se equilibrar em cima de um telhado para não ser levado pelas águas.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 04/05/2024
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