O SINISTRO ACONTECE ONDE FALHA A PREVENÇÃO

Ensinamento dos aguerridos combatentes de sinistros, os bombeiros. A vida deveria dar mais importância a prevenção e quando dá, deveria ocorrer lado a lado com a fiscalização, mesmo que fiscalização posa parecer uma chatice, ou que se mostre como algo que nunca acontecerá.

Em meados de 1977, quando apresentei-me no 2 Batalhão de Polícia Militar, na cidade de Rio Pardo, dois ou três dias depois fui escalado como Oficial de Dia, pouco depois das 9 horas, a paz foi perturbada pelo arrancar de um motor diesel barulhento. Perguntei ao Adjunto de Dia, do que se tratava. Era o gerador de energia elétrica, que alimentava a sala de rádios e do telefone de emergência e algumas luminárias do prédio!

Fui até o local onde estava o gerador e lá estava o 2 Sargento Hélvio Antonio Paim, verificando o funcionamento a geração de energia e os níveis de óleos e anotando os dados numa planilha, que trazia os dias de verificação do funcionamento e tudo mais! Coisa óbvia, mas se não estiver escrito e normalizado o controle de funcionamento, um dia será necessário e poderá deixar prejudicado o serviço.

Dias depois fui designado para outra cidade, mas não tardei a voltar à sede do Batalhão e algum tempo depois recebi a tarefa de ser o Almoxarife, assim sendo responsável pelo suprimento e manutenção do material permanente, bélico, de consumo, viaturas de todas as atividades da unidade. Como já havia acontecido um descontrole de munição de treinamento, recebi a tarefa de incrementar rotinas de controle e verificação.

Pois bem, certo dia tivemos uma inspeção inusitada do Comandante Geral da Corporação, Coronel Nilso Narvaz. Foi uma correria quase geral, eu e minha equipe, tranquilos porque tínhamos planilhas de controle de tudo, revisadas, conforme prescreviam as normas e o R-3, Regulamento de Administração do Exército aplicado na Brigada Militar naquilo que coubesse. Já a noitinha o Comandante Geral aportou no Almoxarifado, acompanhado pelos oficiais inspecionante e o Comandante do Batalhão. Olha daqui, pergunta dali e ele disse:

- "Vamos ver o Material Bélico!"

Fomos até as salas onde eram armazenadas armas e munição.

Ele olhou à prateleira e indagou sobre o total de munição 7 mm, destinadas aos fuzis ordinários e fuzis metralhadora modelo ZB. Respondi 31.021 cartuchos. Assim ele quiz saber o porquê de eu não ter consultado a ficha de prateleira. Simplesmente declinei que trimestralmente conferíamos, colocávamos ao Sol da manhã e para arejamento as munições e todo o material. Coisa que na semana anterior tínhamos feito, então mostrei o fichário de controle, ao invés de receber um elogio ele quiz saber quanto tempo eu estava na função, quando disse que era período de cinco anos, ele sentenciou-me uma transferência à Capital, coisa que estava esperando já decorridos dois anos, mas infelizmente não fiz como o sapo da fábula que pede para ser atirado no fogo e não na água, disse que no outro dia eu estaria pronto para seguir caminho, então a sentença não foi cumprida. Resolvi meu desejo através de uma permuta. Na Capital, por onde passei deixei um rastro de normalização e de rotinas de controle, para o desgosto dos poucos descontentes!

Até alguns dias atrás não pensava que voltaria a pensar em normalização, regras de negócio, rotinas de controle e tudo que gravita neste mundo e na tão esquecida Qualidade Total.

De alguns anos para cá, cientistas tem anunciado que o desleixo com o meio ambiente tem degradado a camada de ozônio e vem aumentando o efeito estufa, mas as grandes potências inventaram a tal compra de créditos dos menores, como a não propagação do carbono no ar, pelos pequenos não representasse nada e assim eles poderiam acrescentar mais poluentes na atmosfera.

Atacar a degradação da camada de ozônio, o aumento do efeito estufa, assim como a propagação de poluentes na atmosfera vem sendo protelada, enquanto tudo que se pensa sobre o assunto deveria sofrer o processo de reengenharia.

Então a natureza teria provocado uma reengenharia, infelizmente através da tragédia imposta ao Estado do Rio Grande do Sul, durante cinco dias de chuvas intensas que devastaram a vida de grande parte da população, sem considerar o efeito dominó que as águas estão produzindo nas cidades estão no caminho?

- Não, mas provavelmente o descaso dos grandes, que sempre colocam a conta nos países fora da elite mundial!

Ainda estamos no pior momento o de socorrer e acolher vidas humanas, de animais, providências quase impossíveis com nossas fauna e flora silvestres!

O reconstruir será árduo, mas parafraseando o lema do Exército Brasileiro, certamente os "braços fortes e as mãos amigas" não faltarão, e não será somente as do Exército, mas assim como todos que nos acudiram!

Que o tempo não nos tire o ânimo para e pensar como a natureza está sendo tratada e como nos prevenir, para que não aconteça nada semelhante e assim possamos servir de exemplo ao Mundo!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 08/05/2024
Reeditado em 08/05/2024
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