Começo de ano.

Primeira semana do novo ano. No porta-cartas encontrei ainda muitos cartões de Boas Festas. A mensagem de Paulo era de retribuição, desejou-me em dobro tudo que desejei para ele. Luís lembrou que o nascimento do menino Jesus é sinal e fonte de eterna luz. O cartão de Lúcia deseja um natal feliz e muita harmonia em todos os dias do ano novo.

Olhei a data da postagem do correio. O de Recife tinha carimbo de 29 de dezembro, outro de Teresina 22 de dezembro, o de Salvador, 03 de janeiro. Acho que não posso culpar o correio do atraso. Meus amigos dormiram de touca, porém tem um velho adágio popular que diz: “antes tarde do que nunca”. Recebi também cartões de empresas, de políticos. Faz parte do marketing. Estes pelo menos lembram da gente nessa data, embora com interesses próprios.

Juntei os cartões que recebi atrasado com os outros que

chegaram no tempo certo. Contei um, dois, onze, dezoito. Achei pouco em relação aos quer recebi no ano passado e no ano retrasado recebi muito mais cartões que no ano seguinte. Fiquei pensando: será que diminui meu ciclo de amizade? Será que as pessoas estão menos afetivas? Será que hoje não se tem tempo nem de se lembrar das pessoas queridas em época de natal?

Entre meus e-mails encontrei várias mensagens natalinas apesar da data está vencida. Muitos votos de paz, saúde e prosperidade para 2008 e também vários cartões do voxcard, emotioncard, o carteiro.com, postcard, etc. Alguns eu não conheci o remetente por isso deletei sem ler. Hesitei antes de fazê-lo, mas poderia conter “vírus”. Pelo sim, pelo não melhor não abrir.

Um momento, celular avisa mensagem. Vou verificar. Pode você não acreditar, mas é mensagem de boas festas. Aproveitei e reli outras que já estavam na caixa. Todas nesse mesmo tom. Isso sem falar em outra dezena que já excluí.

Ah! Lembrei também, que na gaveta de minha escrivaninha tem uma porção de cartãozinhos “de” “para”. Vieram acompanhado de presentes e lembrancinhas desejando “boas festas”.

Sabe, se eu juntar todos os cartões que recebi, as mensagens de celular, os e-mails e presentes de natal acho que esse foi o ano que mais fui lembrada nessa época.

Na verdade, as pessoas continuam sensíveis, afetivas e sentimentais, apenas a forma de manifestar-se é que mudou. Coisas da tecnologia.

Ufa! Bom saber que meus amigos não me esqueceram, acho mesmo que até dobrei esse número.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 07/01/2008
Reeditado em 15/05/2020
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