DAQUI A 100 ANOS...

Daqui a 100 anos nós envergonharemos do quê?

Esta é uma reflexão que venho fazendo diante de tantos disparates que me afligem. Quanto tempo a humanidade levou para perceber a desumanidade da escravidão? Ela ainda está tão próxima no tempo dos tempos atuais, e o pior é que ela ainda existe em formas diferentes e semelhantes das de outros tempos.

Mas, do que mais nós nos envergonharemos? Será mesmo que este capitalismo selvagem que gera tantas diferenças entre os desiguais, pessoas e nações, não será uma vergonha com os olhos do futuro? Da corrupção, que percola em todas as classes do povo brasileiro, não precisa esperar 100 anos, já é uma vergonha imperdoável, mas o conformismo que a maioria tolera esta mazela não é uma grande vergonha da atualidade, ou virá a ser quando? Pergunto: A maioria não é potencialmente corrupta? Só não se corrompe por falta de oportunidade? Para sabermos o quanto é incorruptível uma pessoa ela teria que passar pelas seguintes situações cumulativamente:

1- Ter uma grande possibilidade de enriquecer ilicitamente;

2- Grande impossibilidade de ser descoberto;

3- Impossibilidade de punição.

Parece-me que esta terceira é o mais presente no contexto nacional, mas me desfoquei da questão principal.

As desigualdades entre as classes, entre as nações, as questões religiosas geradoras de guerras não serão questões que a humanidade se envergonhará?

A destruição da natureza para o “progresso”, a extinção de espécimes vegetais e animais a favor do conforto dos homens, não serão questões de vergonha?

Os tratamentos animalescos aos presos nas cadeias públicas transformam o homem para pior, é escola que forma o delinqüente juvenil em criminoso perigoso, é ponto de formação de quadrilhas organizadas.

A desigualdade da educação escolar pública e particular aprofundando o abismo entre as classes sociais.

Será que não nos envergonharemos das indiferenças:

• pelos menores ou maiores abandonados que dormem ao relento;

• dos que nos pedem um prato de comida;

• dos roubos intelectuais que praticamos quando compramos produtos frutos da pirataria;

• das violências assistidas e consentidas contra a mulher, a criança, o homossexual e outras minorias.

• ...

Deixo aqui estas questões e peço que acrescentem outras para nossas reflexões.

Defranco
Enviado por Defranco em 16/01/2008
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T819978
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