"Fiat voluntas ad Deus... - amor in calix indecorosu ad odium humanum!".

Este texto, na verdade, é um texto já publicado em uma revista cultural editada, na cidade de Suzano, da Secretaria de Cultura daquela metrópóle...

Na qualidade de poeta é que, tempos atrás, como forma de encerrar um poema, usei o verso:... - [Amar é correr o risco de ser traído!]. Não obstante, o amor, e, o ódio em nada mais se constituem do que dois sentimentos ambíguos, gêmeos, incrustados no vestíbulo da alma humana, e, nenhum deles vai poder subsistir sem a existência do outro... - verdade é.

Conta-se que, na intercessão do primeiro para o segundo século, houve no lendário, e, enigmático Império Romano, um senador que teria provado do veneno mortal do ódio, e, sobre ele parece escrever um dos historiadores contemporâneos:... - [Imperium Romanorum habemus unum senatore cuju nomen Helvidius Lucius est. Atestant scriptores esse talis senatore hominen quae pratica iustitia cum familia sua, et cum populu seo e de ante ad natione tota, habendo, per haec mesissimus, una grande influentia de persona sua inter populi... - No Império Romano temos um senador cujo nome é Helvídius Lucius. Atestam os escritores ser tal senador um homem que pratica a justiça com a sua família, com o seu povo e diante de toda a nação, havendo, por isso mesmo, uma grande influência da sua pessoa entre o povo.].

Desse modo, por volta do ano cento e trinta, Helvidius Lucius, por força de seu cargo é destacado para uma viagem à serviço a região conhecida como [Tracia]... - [o problema é que, em razão das dificuldades da época, essas viagens, via de regra, exigem o sacrifício da familia na evidência desse prazo, por demais, elástico... - uma prato feito para os inimigos contumazes, e, irreversíveis.

Helvidius Lucius, casado com a patrícia Lívia, duas filhas [Helvidia et Caelia], tem, pelo menos, um inimigo contumaz, ainda que permaneça no gozo da bondade pública e declarada, mereça, e, tenha um rol de amigos de fazer inveja a qualquer nobre romano.

Segundo eternizam os historiadores, [Claudia], uma ex-namorada da adolescência, nunca perdoou o explicativo sincero, e, oportuno de [Helvidius Lucius] na luz das palavras proferidas no calor da noite de uma calenda romana:... - [Ut habere nuptia importante est quia habea calix de amore inter duae personae et eu debeba dicere ad tibi quae errare humanus est, sed persistire in error dies sulficit malitia sua est. Eum erravi quando cogitavi quae amabam tibi sufficiente ut incalceare status ad nuptia... - impossibile est sequere in contradita postea quia non tibi amo ad puntu de ellevare mihi ad lugar magis altu ad altar... - para haver núpcias é importante que se tenha um cálice de amor entre as duas pessoas e eu deveria dizer para ti que errar é humano, mas, persistir no erro é bastar a cada dia seu mal (das pessoas). Eu erreiu quando pensei que te amava o suficiente para alcançar o estado das núpciuas... - é impossível seguir na contradita, pois que não te amo a ponto de me elevar ao lugar mais alto do altar.].

A longa espera;... - dezoito anos do rompimento vai acender em [Claudia] a lucerna, antes obscurecida, do seu inferno interno, e, inflamar com as chamas da chance da vingança no ardor vulcânico do seu mais crasso ódio particular, e, assim, ela vê na viagem traciana de [Helvidius Lucius] a oportunidade singela da vingança contra o seu antigo amado... - [Questão é de tempo!].

Claudia, vestida , e, adornada com a capa roxa do câncer terminal no repúdio incrustado no mais crasso do seu âmago doentio, imagina, e, nesse caso não erra, ter na feiticeira [Hatéria] a grande aliada para os seus objetivos escusos.

Assim é que, na manhã de oito de maio do ano cento e trinta e um, sentada à sala de sua suntuosa residência espraiada, e, próxima à [Via Aurélia], deitada sobre um divã, [Claudia] argumenta:... - [Hatéria, tu rememoras de Helvidius Lucius cum quem eo debeba mihi ellevare ad altar... - Hatéria, tu te recordas de Helvidius Lucius com quem eu deveria ter me elvado ao altar?].

Hatéria responde:... - [Ad-sic, eo mihi rememoro... - sim, eu me recordo!].

Claudia continua:... - [Eo credo quae sedula et ancilla sis tu quia laborat et obtemperat, severater, quae imperaat una domina sed etiam honesta est... - Eu acredito que sejas tu a trabalhadora, e, a serva que trabalha e obedece, rigorosamente, o que manda a paatroa, mas, também, és honesta.]

Hatéria questiona:... - [Veritas est... - é verdade!].

Claudia expõe... - [Audi, Hatéria, quia habemus facere ut proffanare ad vita de Helvidius Lucius... - ouvi, Hatéria, o que temos de fazer para profanar a vida de Helvidius Lucius], e, completa:... - Ego vox audirentis in deserto ad humana existentia... - eu sou a voz que ouve no deserto e na vizininhança da existência humana], e, continua:... - Hatéria, iri in itineris ad Porta Óstia et capta unu nascituro ad exercitare planus; culpa mea tota erit... - Oh, Hatéria, ide no caminho perto da Porta Óstia e pega um recém-nascido pafa exercitar o plano... - a culpa é toda minha!].

Hatéria pergunta:... - "Depost est... - e depois?"

Claudia ordena:... - [Iri ad palacius de Helvidius Lucius, admininistrate haec sonipheru ad Livia, collocate puella ad lactus seo et habebam condemnatus Helvidius Lucius per crime seo quando disturbat ad amoris dea quia, in si quaerendo au non quaerendu, eum sum... - Ide para o palácio de Helvicius Lucius, administrai o sonífero à Lívia, colocai a menina ao seu lado, e, terei condenado a [Helvidius Lucius] pelo seu crime a quando destruiu a deusa do amor que, em se querendo ou não eu sou.].

hatéria ouve sem nada responder, e, Claudia, completa:... - [Non olvida tu, Helvidius Lucius torna ut Roma hodie... - não te esqueça tu, Helvicius Luicius volta pera Roma hodie.].

Hatéria cumpriu o determinado por Cláudia, dopou à Lívia, e, pondo a criança abandonada à Porta Óstia, ao seu lado, saiu sem ser vista, sugerindo nas linhas seguintes, o infame adultério de Lívia com o fruto do seu pecado... uma singela mentira!

Diante da cena sui generis, [Helvidius Lucius] invade as raias da loucura, mas [Caelia], a filha de dezessete anos, para salvar a mãe da estranha emboscada, observa:... - Haec puella non filia mater mea est, sed haec puella filia mea est... - essa menina não é filha da minha mãe, mas essa menina é minha filha!].

O resultado...

Expulsa de casa, deserdada, desonrada, [Caelia], depois de muito perambular pelas ruas romanas, se abriga com a menina na casa de um velho Senador da República aposentado, o Senador Lecius Munacius. In primitiae kalendae de ianuarius ad anno domini CXXXII... -nos primeiros dias de janeiro do Ano do Senhor trinta e dois] a menina morre e [Caelia], para viver às hecatombes da vida, se veste de homem, adota o pseudônimo de [Marinu], marinho em português brasileiro, exila-se em um convento para homens, na cidade de Alexandria, é acusada pela egípcia Brunehilda de ser o suposto pai do seu filho, mas, ainda assim, [Caelia] suporta a toda a humilhação sofrida.

Algum tempo depois, [Helvidius Lucius] descobre toda a trama levada a termo por ninguém mais, ninguém menos do que [Claudia], a sua namorada da adolescência em conluio com [Hatéria], a feiticeira, como forma de macular-lhe a alma nobre, arrepende-se de ter expulsado a filha de casa, e, ao longo dos doze anos que se seguem, nada faz senão buscar pelos lugares sombrios da existência terrena a querida filha na primavera, agora, dos quase trinta anos. Procurando a [Caelia] pelos quatro cantos do mundo, definha, envelhece a olhos vistos, e, sobremaneira, sente o frio abraço da morte.

No entanto, a providência e a justiça divina tarda, mas não falha, pois [Lecius Munacius], um dia, iluminado por estranha luz, ainda que de nada soubesse à respeito, diz:... - [Helvidius, filia tua sibi incontra in egyptis terris, in civitate de Alexandria. In Monasterium ut hominen habea unu conscio frater clamatus Marinus quia sabit eius... - [Helvidius], a tua filha se encontra nas terras do Egito, na cidade de Alexandria. No Monastério para homens há um irmão sábio chamado Marinho que saabe dela.

Doente, alquebrado, ao obter esta notícia, o velho [Helvidius Lucius] nem mesmo retorna à casa, dali mesmo, embarca em uma galera, atravessa o Mar Mediterrâneo, chega à Alexandria, e, incontinenti, quer avistar-se com o lendário irmão [Marinu] que, como lhe informara o velho amigo [Lecius Munacius] é o único que sabe do paradeiro de [Caelia]... - três meses de profícua procura, e, por fim, a tão esperada entrevista.

Diz [Helvidius Lucius]:... - [Conscio et humanus frater Mariunus, per paaolae uni amici cultor fidelis et pertinax seo eum mihi tornavit vivu in splendor ad lux et benignus, per hoc eo quaero audire, causa inspecta haec quaestione, consideratione sua, post ego sum semianimus quod, um dia, eo expulsavit de casa ad filia mea de una forma multi injusta et ex-tunc eo procuratum pro eam quattuor cantus ad Roma... - sábio e humano irmão Marinu, pelas palavras de um amigo, um seu admirador fiel e conmstante, eu me tornei vivo no esplendor da luz, e, bondoso, por isso, eu quero ouvir, depois de examinada a questão, a sua consideração, pois, um dia, expulsei de casa a minha filha de uma forma injusta e, desde então, eu tenho procurado por ela pelos quatro cantos de Roma.

O irmão Marinu observa:... - [Quomodo domus mesissimus dixit ad mihi , ad expulsare una persona de casa, habemus quae cogitare multi ut apportare ad nostrum mesissimum solutionen... - como o senhor mesmo disse para mim, para se expulsar uma pessoa de casa, havemos que pensar muito para levar para nóis mesmos a solução.

Quarenta e cinco minutos, uma bateria de perguntas, e, respostas e o irmão Marinu, ou [Caelia] resolve:... - [Eo quaereba quia domini meo comprehenderit tota absentia mea; eo quaero clamare ad Deus in oratio pro nostrae vitae, amen dominus darat ad mihi tempum... - eu queria que o meu senhor compreendesse toda a minha ausência, eu quero clamar à Deus em oração por nossas vidas, por certo, o senhor dá um tempo para mim...

O propósito de [Caelia], no entanto, era um outro; ela vira sensível mudança no comportamento de seu pai quanto a antiga arrogância, marca indelével dos senadores, segundo depois eis que ela volta, e, trás na destra uma valiosa jóia. Põe-se a falar e a sua voz enche de sons , de sustenidos, e, bemóis a sala onde se entrevistam. [Caelia] pergunta:... - [Dominus, seniore recognoscit haec perola ad Fócida quia domus meo davvit ad mihi quandu eum habebam non magius quam quinque anni? Ego sum Caelia, amata fillia sua et conscio et humanus frater Martinuset sibi Caelia non existiat, frater Mariunus non passabat de una incognita... - Senhor, o senhor reconhece essa pérola da Fócida que o senhor me deu quando eu tinha não mais do que cinco anos? Eu sou Caelia, a sua filha amada e o sábio irmão Marinus, se a Caelia não existisse, o irmão Marinus não passaria de uma incógnita.

[Helvidius Lucius] morreu daí a quatro dias, e, nem ao menos teve como informar a familia, a mulher, e, a uma filha que havia encontrado à Caelia, novamente, abalada; e, enfraquecida pelos longos doze anos de sofrimento, Caelia, não mais do que trinta e dois dias depois desse estranho acontecimento, veio a falecer de pneumonia, uma doença pouco conhecida à sua época. Caelia é, hoje, a santa de maior devoção da Igreja Católica Apostólica Romana, na Itália.

Saibamos...

YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 20/01/2008
Reeditado em 20/01/2008
Código do texto: T825113
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