Meus Amigos

Descendo a ponte em noite de luar

Às vezes me envolvo pela nostalgia de noites outrora.

E nós pensávamos tão diferentes do que somos,

Que fico a duvidar de toda aquele felicidade.

Éramos mágicos, e o riso era nossa cartola,

tirávamos alegria de dentro noite a fora.

Namorar era mais do que sexo,

Era um acontecimento.

Tudo era tão bom,

Até mesmo as piadas sem graça.

Se a bebida acabava...

Já estávamos embriagados de alegria.

A música guiava um olhar a outro,

E a noite não acabava.

Nossa filosofia era a liberdade

E Deus era de joelhos no quarto:

Pedi perdão.

Sempre tinha algo novo,

E o coração balançava pela menina do bairro.

Ah! se ela soubesse, que entre bilhetinhos

E porres noite a fora,

Agonizava a mente pelo seu nome...

E nem adiantaria outra,

Porque amor só se cura com amor,

mas não é remédio, é outro.

Quanto tempo? dez, quinze, vinte anos?

O tempo muda a gente.

Muitos de nossos sonhos viraram pó,

Outros nem pó viraram,

Ficaram presos no esquecimento,

E quando conseguimos algo

Quem sempre sonhamos...

Damos um risinho: "antes tarde que nunca."

As caras mudaram, o corpo também,

De vez em quando aparecem umas doenças e rugas,

E no meio da cabeça cabelos brancos,

E nem mesmo aos quarenta chegamos.

E nossa liberdade?

De fato, ainda dançamos rock roll

E tomamos sorvete na praça,

Às vezes com nossas crianças.

Essa ponte sempre me fará recordar,

Como se fosse ontem, como era bom.

Hoje é distante, tudo muito louco,

Todos com pressa, salve o telefone!

Meros segundos de " oi como vai?"

Meus amigos, grandes amigos,

Tô meio atrasado agora e nem mesmo

Sei bem o por quê.

TAS

TAS
Enviado por TAS em 28/01/2008
Reeditado em 30/06/2013
Código do texto: T836407
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