DA GERAÇÃO DOS ANOS CINQUENTA: PEQUENO ENFOQUE

Li uma crônica, essa semana, intitulada “45 anos”, onde o autor descreve esse quase meio século de vida, contando como o mundo evoluiu e como nós evoluímos (?) como seres humanos. O que me impressionou foi perceber que a geração nascida nos anos cinqüenta e sessenta, presenciou quase tudo que agora vivenciamos, ou seja, viram nascer quase tudo e foram eles que ajudaram, também, nessas transformações.

O autor (Manoel Manhãs, postado por Kathleen Lessa) nos mostra que nos anos cinqüenta apareceram a televisão, o chuveiro elétrico, a declaração dos direitos humanos, a revista playboy e a construção de Brasília. Verdade.

Essa geração viu os Beatles, a chegada do homem a lua, o controle da natalidade (através da pílula anticoncepcional), o surgimento dos computadores caseiros e a internet; as guerras do Vietnã e do Iraque (as duas); o início e a queda do muro de Berlim; passou pela ditadura no Brasil e viu todas as conquistas do Brasil no futebol; curtiu ídolos como Elvis Presley, Rod Stuart, Rolling Stones, Jane Joplin, The Police, Led Zeppelin, Vinicius, Tom e Roberto Carlos (e ainda continuamos). Geração de Woodstock, da contra cultura, dos hippies (paz e amor) e também do primeiro Rock In Rio (o melhor de todos).

O que me chamou a atenção na crônica foi como algumas coisas são colocadas, dentre elas, a questão da educação, onde foram abolidas das faculdades, o direito de se aprender filosofia, sociologia e outras (agora estão voltando). E como a tecnologia da superficialidade e comodidade lhe dá o comando do seu lar: o controle remoto (da TV, do ar condicionado, do DVD, do som), lhe dá o status de manda-chuva.

Sobre os filhos, o texto mostra que eles antigamente saiam de dentro da casa dos pais quanto completavam dezoito anos ou quando arrumavam o primeiro emprego, mas que hoje se dá o inverso: eles não trabalham, conseqüentemente, não saem mais da casa dos pais e ainda por cima trazem suas respectivas esposas (ou namoradas – não faz diferença) para morarem com eles. Ah! Com um detalhe: não existem mais “preconceitos” entre os sexos. O homem com homem e mulher com mulher. Normal. Os pais até aceitam.

Mas, a geração dos anos cinqüenta se aproveita e bem dessa evolução. O Viagra veio para renovar o espírito e perpetuar por mais tempo a espécime, assim como, o cuidado ao corpo e a mente, transforma mulheres cinqüentonas em verdadeiros aviões.

Porém, num trecho – o que fala sobre corrupção e falcatrua – percebe-se o aumento considerável de agentes corruptores e agentes corrompidos, pois onde se coloca a mão, está podre. A começar pelas águas do lago Paranoá e, principalmente, suas mansões.

Algumas coisas não mudaram, é claro, mas outras até tiveram uma transmutação violenta, como é o caso da pizza (que antigamente era uma comida), dos gays (que hoje se transformaram em bissexual, transexual, homossexual, tri-sexual), feijões, milhos, sojas (eram originais e não transgênicos), carne bovina, suína, de aves, eram todas matrizes (não tinha essa história de clone) e palhaço usava sapatos enormes, roupas coloridas e folgadas, peruca espalhafatosa e pintava o rosto com cores berrantes e alegrava a vida de todo mundo, e eram poucos, contados a dedos (Carequinha e Arrelia os mais famosos), diferentemente de hoje que, tirando o um por cento da população, todos usam esses trajes e não vejo ninguém sorrindo ou dando gargalhada. Enfim, quadrilha era festa junina, frango não gripava e pizza era da culinária italiana, saboreada em casa, não no congresso nacional (todas as semanas). Ah! A casa do povo era respeitada, não havia desfile de minorias em trajes sumários, nem dança da chuva, por absolvição de representantes do povo (comprovadamente corruptos), em votação magistralmente a base de maracutaia eletrônica.



 




The Beatles.





The Rolling Stones



Jovem Guarda




Woodstock



Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 03/02/2008
Reeditado em 04/12/2011
Código do texto: T844490
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