Flutuante Carnavalesco

Esguia figura que anda pela calçada na noite de carnaval. Ela parece mulher que não chora, porém foge da tristeza. Dedos na beirada do copo, cerveja até a borda. Foge do par, para outro par. Na noite em que o sereno, que lembra solidão, cai... Tão insignificante aos olhos tranaspassados de alegria ingênua e insana.

Tortuoso é olhar do homem que observa a imagem esguia e tenta, sem sucesso, alcançá-la com sua mão. O som troveja o cantar da moda, como se cada refrão fosse uma ordem direta e subliminar: "Esqueça tudo. Viva!". Todos os olhares que se cruzam e se perdem na imensidão colorida das camisas de bloco.

Aí, vem o dia anunciar que é hora de partir e esperar a próxima e noturna carnavalidade. É quando as esguias figuras e olhares tortuosos retornam a realidade. E o flutuante carnavalesco volta ao sono, para que na noite, ele retorne tais imagens e tais olhares na imensidão singular do mar de gente. É Carnaval...