OS GÊMEOS

Charlie e Edmund eram irmãos gêmeos. Tudo em suas fisionomias era idêntico. Da cor dos olhos a espessura das sobrancelhas. Até mesmo a porção dos lábios era num como no outro. Vestiam as mesmas roupas, iam à mesma escola, e até os vinte e pouco anos nada, nada era capaz de diferenciá-los. Porém as conquistas de Charlie não se repetiam com Edmund. Enquanto o primeiro progredia, o outro se estagnara, e vivia com dificuldades. Os mundos em que cada um vivia, acabou os distanciando, chegando até o ponto em que anos se passaram sem que um falasse com o outro.

Então num aniversário Charlie sentindo saudade, e quem sabe um pouco de remorso partiu em busca de seu irmão. Encontrou-o em uma casa velha e desleixada. Edmund estava na varanda sentado numa cadeira contemplando o nada. Charlie se aproximou emocionado, e antes que falasse qualquer coisa, Edmund lançou uma pergunta inquietante. – Por quê? Freqüentamos sempre os mesmos lugares, as mesmas escolas, e recebemos a mesma educação. Por que eu vivo nesta miséria, e você... – Realmente Edmund. Tivemos tudo em igual. Inclusive sonhamos com as mesmas coisas. No entanto, enquanto você esperava seus sonhos se realizarem, eu perseguia aos meus com o ímpeto de uma fera atrás de sua presa. Sonhar apenas não basta meu irmão, também é preciso lutar para que eles se concretizem. Disse Charlie.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 06/02/2008
Código do texto: T847783
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.