José.

José.

-Vai mano, passa a grana! – abordou o assaltante.

-Essa frase está totalmente mal-formulada. O mais apropriado, ou melhor, o correto, seria “Vamos, meu irmão, passe-me seu dinheiro” – corrigiu o professor José.

-Qualé meu, tu tá tirando, né?

-O quê?

-Quê o quê?

-O quê estou tirando de você?

-De eu tu num tá tirando nada não meu, eu que vô tirá tua luz se tu num pará de palhaçada e me dé tua grana logo.

-Meu amigo, já lhe disse isso e repetirei: sua formulação de sentenças é péssima!

O correto seria...

-Seria tu me passá a grana logo xará, senão tu leva pipoco!

-Amigo, lhe entrego o dinheiro, só estou tentando ajudá-lo, pois seu vocabulário é absol...

BANG!

BANG!

BANG!

O assaltante arrancou os trinta reais da carteira de José e jogou o resto dos documentos em cima do corpo, que jazia no meio-fio, sendo banhado pela chuva que caia naquela noite de quinta-feira.