Chove
Chove... e como chove nestas montanhas do interior das Gerais!
No silêncio da madrugada, ouve-se o cair dos pingos sobre o ladrilho da varanda, em parte já destelhada pelo vento forte de outras tantas chuvas semelhantes.
Neste verão, que já começou tarde, já começou quente, já começou seco e poeirento, as tempestades têm sido uma constante, e sempre acompanhadas de raios e trovões.
A enxurrada desce, violenta, arrastando o que encontra pela frente, destruindo o que os homens ainda não conseguiram depredar em sua inconseqüência irresponsável.
Horas a fio, ficamos todos apreensivos, uns rezando, outros maldizendo, outros apenas confiando que a chuva passe.
E, ao findar a tormenta, saímos para contar o prejuízo ou para verificar que, mais uma vez, nada sofremos de irreparável.
É assim a vida de cada um: problemas, desafios, situações que exigem atitude mais firme ou que simplesmente nos testam a paciência e a fé.