Um Velho Pescador

Hoje sentado à frente do mar, vejo como passou o tempo. Lembro-me de outrora onde, por muitos anos, estive diariamente nestas águas salgadas.

Em pequenas e frágeis embarcações muitos perigos passei, mas com garra e ânimo consegui vencer a animosidade do oceano. Posso dizer que fui um jovem corajoso e persistente.

Madrugava para buscar o sustento de minha família. Muitas vezes o que pesquei não era suficiente para vender e pagar as contas. A expressão "o mar não está para peixe" esteve muito presente em meus dias. Era triste olhar para meus filhos e dizer que o dia não havia sido bom.

No dia seguinte, sem desanimar, estava pronto para lutar pela sobrevivência. Enfrentava chuva, sol forte e a força das marés. Quando a rede estava cheia ficava muito alegre, pois poderia fazer "extravagâncias", como por exemplo, comprar um par de chinelos novos para toda a família...

Assim criei meus filhos, indo de encontro ao mar todos os dias. Graças a Deus saúde eles sempre tiveram. O estudo deixei por conta do governo, orgulhei-me quando concluíram o segundo grau.

Quanto ao futuro não me preocupo, cumpri minha missão. A de meus filhos está apenas começando, mas já estão engajados em seus projetos de vida com muito afinco e vontade de vencer.


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(Tela de Tomás Santa Rosa - Pescadores)

Renata Christina Machado de Oliveira
Enviado por Renata Christina Machado de Oliveira em 28/02/2008
Reeditado em 02/03/2008
Código do texto: T880067
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