Quebra-molas bruunificados!

Ano eleitoral o prefeito sonhado com a reeleição, fez daquele ano a marca negra de sua administração, mandou asfaltar todas as ruas do centro e dos principais bairros, só esqueceu o Bairro da Exposição, pois no mapa soletrou errado com sendo Bairro da Oposição. No rastro do beneficio metropolitano o prefeito teve que atender pedidos periféricos dos vereadores. O presidente da câmara pediu asfaltamento em volta de sua piscina, alegando utilidade pública, afinal no dia as crianças, era ali, de portão aberto “que a pobreza se deságuava”, como escreveu na justifica do pedido, Foi atendido, mas não se conformou, solicitou a reforma de todo os quiosques e churrasqueiras do vasto terreno alegando que naquele dia havia de distribuir na sombra, proporcionada pela prefeitura, a sobra de carnes de segunda assada aos demais domingos.

Como não havia Internet na cidade, e nem outra publicação transparente, só os vidros da prefeitura andavam limpos e transparentes sem sujeira. Apenas o prefeito e o tesoureiro sabem dizer quanto custou à reforma! E assim, o prefeito querendo juntar forças enfraqueceu as economia da prefeitura, e em um ano gastou o dinheiro juntado em três anos, tempo em que nada fazia, ou melhor, participava dos churrascos do presidente da câmara, e demais vereadores situacionistas; destes que aproveitam de qualquer situação! Do outro lado os oposicionistas reclamavam das coisas escuras que aconteciam na cidade durante a luz clara e o gabinete de janela fechadas! Arriscavam até um palpite; “Neste ano vamos acabar com a roubalheira do prefeito, agora é nossa vez!”

E assim, na tentativa de ser eleito no próximo leito com maioria de votos da urna, o prefeito empreendia uma visita diurna as obras! Em todas as etapas da obras verificava se o asfalto tinha a qualidade mínima por ele exigida. Deveria ter de dois a três centímetros menos de espessura do que a medida especificada na carta de concorrência vencedora! Chegava atrasado na prefeitura e lá encontrava um monte de pobres, que mesmo pobres eram portadores de títulos de eleitores, e estivesse em dia com os direito de eleitor! Deles nada pedia senão o número da sessão em que votavam! Foi um ano em que o negro prevaleceu. Trocou seu carro preto por outro preto zero quilometro! Ganhou da empresa ganhadora da obra, fora outras coisas no escuro, uma dúzia de Johnny Walker, uísque escocês doze anos rótulo negro!

Mas a coisa começou ficar negra de verdade, quando o Tribunal de Contas começou a exigir que os cheques da prefeitura fossem feitos com cópias em papel carbono. O prefeito começou a desatender os vereadores. As doações prometidas no pré-eleitoral; cestas básicas, bolsas de alimentos, matérias de construção, dentaduras, óculos, botijões de gás, começaram a ser comprados nos fiados em comerciantes que ainda acreditam em políticos honestos! E eu um dia, em que o prefeito estava com os nervos à flor da pele, com a ante-sala repleta de cobradores, entrou furando toda a fila um dos vereadores pedintes: “Prefeito eu vim aqui para pedir uns bancos na pracinha em frente da minha casa”. O prefeito deu um soco na mesa e gritou; “Não é possível, outro dia me pediu um quebra-mola em frete a mesma praça. Mandei fazer e ainda coloquei dois bruum! O vereador sem nada entender perguntou com ar de espanto: "O que é bruun”? O prefeito olhou por cima dos óculos e disse: “Bruun é aquele negócio ondulado que se coloca no asfalto, um de cada lado do quebra molas, ai carro passa e a gente ouve bruuuum!!!”.