É hoje, pessoal!

É hoje. Pelo menos para grande parte dos trabalhadores, esta quarta-feira traz a mesma mistura de expectativa, ansiedade e frio na barriga que todos os outros dias 5 de todos os outros meses: é o dia do pagamento. Dia de receber o contracheque, de conferir os descontos - INSS, imposto de renda (para quem ganha o suficiente para pagá-lo), contribuição sindical, vales... -, de arrancarmos nossos cabelos por termos recebido menos do que o esperado ou de comemorarmos porque aquelas horas extras que fizemos foram lembradas pelos nossos chefes ou patrões. É, também para muitos, o único dia em que a conta bancária não está vermelha nem a carteira, vazia...

O dia 5, no entanto, não tem somente o lado bom. Ao contrário de muitas pessoas, que o esperam com ansiedade, um amigo me disse certa vez que queria que ele não chegasse tão cedo. Espantada, perguntei o porquê, já que seria o dia de receber o salário. "E também o dia de pagar um montão de contas", respondeu-me ele, e precisei lhe dar razão. Afinal, quem não tem, vencendo hoje, o aluguel, a luz, a parcela do consórcio ou pelo menos o carnê de uma loja? É... o dinheiro chega hoje, mas infelizmente também sai, aos montes (algumas vezes, mais sai do que entra, por mais esforço que se faça para conter as despesas). Fazer o quê?

E com o final de semana chegando, a expectativa é ainda maior (pelo menos para aqueles que terão uma graninha sobrando): vai dar para aproveitar melhor a sexta e o sábado, fazer festa, sair, dançar, beber com os amigos, ir ao cinema, viajar com a família, programar um fim de semana de lazer completo enquanto o dinheiro ainda não foi todo embora. No sábado, se houver folga, ao lado de pagar as contas também dá para fazer umas novas comprinhas, talvez parcelando para terminar de pagar com os salários seguintes (será que ainda tem alguma promoção de final de verão por aí?).

Acho que o dia de hoje será corrido para muitos dos meus leitores assalariados, que além do mais precisam planejar como vão gastar o resultado do seu trabalho e fazer um exercício de elasticidade para garantir que ele durará até o final do mês. Então, vou deixar de tagarelar e aproveitar para ir ao banco ver quanto é a minha parte - afinal, não é todo dia que é dia 5, e tenho várias continhas para pagar antes que o dinheiro evapore sem eu sequer perceber como...

Maristela Scheuer Deves
Enviado por Maristela Scheuer Deves em 05/03/2008
Código do texto: T887673
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